Açoriano Oriental
Coordenadora do BE nos Açores deixa funções 14 anos depois

A dirigente bloquista Zuraída Soares despediu-se na sexta feira à noite das suas funções na Comissão Coordenadora Regional do BE/Açores, após 14 anos, num jantar que reuniu militantes do partido e amigos.

Coordenadora do BE nos Açores deixa funções 14 anos depois

Autor: Lusa/Ao online

Perante várias dezenas de pessoas, a amiga, militante e deputada municipal do BE em Ponta Delgada Vera Pires enalteceu o trabalho desenvolvido pela “cara do Bloco nos Açores” na luta pelos direitos humanos na região, pelas causas e afirmação da mulher na vida pública, a par do seu empenhamento por uma “autonomia verdadeira”.

A coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, considerou que “não é fácil fazer o que a Zuraida fez durante tantos anos”, nem ter “sempre força mesmo nos momentos mais difíceis”, ou “abraçar lutas antes de qualquer outra as ter abraçado”, como foi, por exemplo, combater o conservadorismo existente, na altura, nos Açores e impor um debate moderno.

Catarina Martins deixou ainda a mensagem que a Coordenadora Regional do BE/Açores pode ir agora descansar, mas não está dispensada da luta que ainda há a travar pelo partido.

Zuraida Soares, de 66 anos, disse que “chegou a hora” de sair porque “chega sempre uma hora para qualquer coisa da vida, para qualquer momento”, considerando que, quando as coisas “são inevitáveis , não vale a pena adiá-las mais”.

A deputada bloquista no parlamento dos Açores, que referiu nunca ter sido militante de nenhum partido, declarou que quando surgiu o Bloco não teve a “mínima dúvida” e aderiu ao projeto.

A dirigente sai satisfeita com o facto do BE nos Açores “ter gente para pegar no trabalho realizado” por si com os seus camaradas em cada ilha do arquipélago, onde havia sempre uma “bandeirinha” do partido.

“Mesmo com bandeirinhas pequeninas, e poucas, o BE não desiste. Há neste momento muitos camaradas, homens, mulheres, jovens capazes de pegar nesta luta pelo socialismo, pela justiça, pela igualdade de género, de todos os géneros, numa vida que vale a pena ser vivida e não suportada”, exclamou.

Considerando que o relacionamento com a estrutura nacional do partido “nem sempre é fácil”, a dirigente destacou, contudo, que “[os dirigentes nacionais] nunca faltaram a uma luta açoriana”.

Zuraida Soares não fechou a porta a um regresso, afirmando que esta é uma “despedida das luzes”, mas não sabe “até quando”.



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