Autor: Lusa/AO Online
“Houve uma demolição de construções [pela Direção Regional dos Assuntos do Mar] que estavam mesmo sobre a falésia, cerca de 20, principalmente eram garagens. Foi feito um acordo com os moradores e agora compete à Câmara Municipal da Ribeira Grande definir que traçado vai fazer naquela via”, declarou aos jornalistas Fausto Brito e Abreu.
Moradores da Rua de São Sebastião, no concelho açoriano da Ribeira Grande, voltaram a reivindicar obras urgentes para proteger uma falésia onde já ocorreram derrocadas, intervenção que o Governo Regional anunciou na semana passada estar já a preparar. O executivo referiu ainda a construção de um muro junto da orla costeira, do lado oposto ao das casas, mas a intervenção ainda não avançou.
O titular regional do Mar, Ciência e Tecnologia, que visitou hoje o ilhéu de Vila Franca do Campo, para assinalar o Dia Mundial do Mar, declarou que existem recomendações concretas do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) sobre esta questão e que têm decorrido esta semana reuniões entre o Governo dos Açores e a autarquia para avançar com a construção do muro na via municipal.
Fausto Brito e Abreu declarou, por outro lado, que a indicação que possui do LREC e dos peritos com quem falou diretamente é de que “não há nenhuma ligação entre o porto de pescas de Rabo de Peixe e a intensidade costeira naquela falésia” (como se queixam os moradores), acrescentando que o processo de erosão “continua, infelizmente, a um ritmo regular, a avançar”.
O vereador da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Carlos Anselmo, afirmou, numa sessão da Junta de Freguesia sobre a matéria, na semana passada, que “a força do mar é agora outra”, após as obras de ampliação, reordenamento e beneficiação do porto de pescas, inauguradas pelo Governo dos Açores no final de 2014.
“O estudo indica que a energia das ondas que antes era diluída em toda a encosta está a concentrar-se na Rua de São Sebastião”, declarou o autarca.
Fausto Brito e Abreu considera o que problema na costa de Rabo de Peixe, onde afirma existir a devida monitorização, “não é só o mar, é também a própria estrutura geológica e as águas de escorrência das chuvas de esgotos de casa que ali existem”.
O responsável lembrou que têm havido várias derrocadas ao longo dos anos, desde a década de 1950.