Açoriano Oriental
CIVISA reforçado com cinco novos sensores de gás

Fábrica de Tabaco Micaelense e Tabaqueira entregaram equipamentos ao CIVISA que serão importantes na monitorização simovulcânica

CIVISA reforçado com cinco novos sensores de gás

Autor: Rui Jorge Cabral

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) recebeu ontem cinco novos sensores de gás para  monitorização de emissões e para proteção da população açoriana em cenários de crise sismovulcânica como a que tem estado a acontecer na ilha de São Jorge.

Os equipamentos foram doados pela Fábrica de Tabaco Micaelense (FTM) e pela Tabaqueira, subsidiária portuguesa do grupo Philip Morris International.

Trata-se de equipamentos portáteis que medem gases como o dióxido de carbono,  o sulfureto de hidrogénio (o enxofre libertado nas Furnas, por exemplo), o dióxido de enxofre, o gás associado às erupções vulcânicas ou às fumarolas de alta temperatura  - que não é libertado em condições normais nos Açores - e ainda o oxigénio, que por contraste permite aferir a toxicidade do ar.

Estes sensores são muito úteis para a segurança de quem trabalha no terreno,  sobretudo em zonas escavadas onde os gases se possam acumular e que permite  - através de um alarme luminoso e sonoro - detetar gases em níveis mais reduzidos, em complemento aos aparelhos de medição de gases no solo que o CIVISA já tem.
O ato de entrega dos equipamentos decorreu ontem nas instalações do CIVISA, na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, com a presença do presidente da FTM, Mário Fortuna e do presidente da Tabaqueira, Pedro Nunes dos Santos.

Em declarações aos jornalistas no final do ato de entrega dos cinco sensores de gás, o presidente da FTM, Mário Fortuna, afirmou ser esta a primeira colaboração com o CIVISA sendo que, face às necessidades de acompanhamento da crise sísmica em São Jorge e depois de uma abordagem ao CIVISA, “foram identificados estes equipamentos e nós prontamente disponibilizámos os recursos necessários para os adquirir e para melhorar a capacidade de monitorização do CIVISA”, num investimento de responsabilidade social que rondou os 10 mil euros.

Também em declarações aos jornalistas após o ato de entrega dos equipamentos, Fátima Viveiros, coordenadora da unidade de geoquímica de gases do CIVISA, referiu que estes sensores de gás serão muito importantes, “não só num eventual evento eruptivo”, como  também na monitorização de “várias áreas de desgaseificação permanente” de que um dos grandes exemplos é a Furna do Enxofre, na ilha Graciosa - para onde foi já deslocado um dos cinco novos equipamentos doados ao CIVISA - mas também e no caso de São Miguel, das zonas de fumarolas das Furnas, Ribeira Quente, Caldeiras da Ribeira Grande ou Caldeira Velha.

São Jorge ainda regista média de 150 sismos por dia

Até agora o CIVISA não registou qualquer anomalia ao nível da libertação de gases do solo em São Jorge, que possa ser indiciadora de uma erupção vulcânica.

Contudo, a  crise sísmica mantém-se e desde o dia 19 de março já foram registados em São Jorge mais de 42.500 sismos, dos quais 290 foram sentidos pela população, sendo a média atual ainda de cerca de 150 sismos registados por dia, com 5/6 sismos por semana sentidos pela população.

Conforme explicou ontem aos jornalistas o presidente da direção do CIVISA, Rui Marques, “a atividade sísmica em São Jorge mantém-se muito acima dos valores normais”.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados