Autor: Lusa/AO Online
Reagindo ao anúncio do Presidente da
República – que anunciou a dissolução da Assembleia da
República e a marcação de eleições para 30 de janeiro – André
Ventura afirmou que a data não corresponde à que o partido
“preferia” e “tinha indicado”, mas compreende os argumentos
apresentados por Marcelo Rebelo de Sousa quanto à necessidade de
“haver algum espaço para debates, nomeadamente debates
televisivos” e evitar que “isso cruzasse com o período do Natal
e do Ano Novo”.
“Por isso, parece-nos que a data de 30 de janeiro, não sendo a data que estava consensualizada pelos partidos representados aqui no parlamento, possa ser uma data aceitável”, frisou.
O líder do Chega disse ainda que “regista e concorda” com a dissolução da Assembleia da República e convocação de eleições, por considerar que, “com o nível de divergência que foi assumido no debate para o Orçamento, e com a falta de consenso em áreas tão fundamentais, desde a legislação laboral até matéria orçamental e o fator de sustentabilidade nas pensões, tornava-se impossível manter esta maioria”.
“E só não via isso quem queria manter artificialmente o parlamento a funcionar, quando já sabíamos todos que, se não fosse agora, seria daqui a três meses, ou quatro ou cinco, que o faríamos. Esteve bem, na nossa perspetiva, o Presidente da República em chamar os portugueses novamente a votos, a devolver a palavra ao povo”, referiu.
André Ventura considerou ainda que, na mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa, o chefe de Estado “deixou claro, pela forma, pelo conteúdo e pelo estilo” a “quem aponta o dedo por esta crise política”.
“Ao falar de divergência menores que se tornaram divergências maiores, (…)o Presidente da República deixa claro quem são os responsáveis pela crise política que estamos a viver, e esses responsáveis são o Governo do PS e os seus parceiros que, durante anos, viabilizaram o Orçamento: o PCP e o BE”, defendeu.
No que se refere à campanha para as eleições legislativas, André Ventura afirmou que o Chega está “mais do que preparado para estas eleições” e para “voltar a ouvir os portugueses”.
“É com grande energia e entusiasmo que vamos voltar para a rua, a ouvir os portugueses, e voltar a apresentar o nosso projeto e programa para evitar que a ‘geringonça’ volte a ter uma maioria nesta câmara parlamentar”, sublinhou.