Autor: Lusa/AO Online
Como tem vindo a referir Ulrich, o BPI quer antecipar em um ano - para o final deste ano, em vez de no final de 2015 - o fim do plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia, que foi obrigatório depois de o banco ter recebido dinheiro público.
Para isso, o banco tem de cumprir as metas quantitativas acordadas, sendo que uma delas é a redução para no máximo 6.000 trabalhadores em Portugal.
No fim de março, o BPI tinha 6.254 na atividade doméstica, pelo que têm de sair cerca de 250 pessoas.
O presidente do banco, Fernando Ulrich, disse que essa redução de trabalhadores será feita "essencialmente através de reformas antecipadas" e que, para isso, o banco gastará este ano 18 a 19 milhões de euros.
Esse processo "resulta sempre de várias movimentações. Resulta de tarefas transferidas para 'outsourcing', mas serão movimentação com não muito impacto nessa frente, de reformas antecipadas negociadas e concertadas, de pessoas que saem porque querem sair e não são substituídas e de pessoas que saem porque atingem a idade de reforma".
As outras metas acordadas com a Direção-Geral da Concorrência são a redução dos ativos estratégico para 30 mil milhões de euros, a redução dos balcões para 684 (que já foi atingida) e a devolução das chamadas 'CoCo bonds'.
O BPI já pediu autorização para devolver os restantes 420 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente ('CoCo bonds') subscritas pelo Estado, o que, a ser concretizado, significa que deixará de existir qualquer capital público na instituição.
Desde que, em junho de 2012, o Estado injetou 1.500 milhões de euros no BPI, para o recapitalizar, que o banco tem manifestado pressa em antecipar o pagamento de 'CoCo' já que, além de significarem intervenção estatal na instituição, implicam o pagamento de juros.
Entre janeiro e março, ascendeu a 18,2 milhões de euros o valor gasto com os juros das 'CoCo bonds'.
O banco divulgou na quarta-feira um um prejuízo de 104,8 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.