Câmara das Lajes do Pico quer combater desertificação e apoiar empresas

A Câmara Municipal das Lajes do Pico, quer combater a desertificação do concelho e criar apoios para as famílias e empresas, de acordo com o orçamento municipal para 2023, já aprovado.



“Este é um orçamento a pensar no futuro e no combate à desertificação. Queremos combater a erosão demográfica, porque os últimos Censos relevaram que há um decréscimo enorme da população neste concelho”, explicou a presidente do município, Ana Brum, após a aprovação do plano e orçamento da autarquia em reunião de Câmara e da Assembleia Municipal.

A autarca socialista realça também o investimento previsto no Plano e Orçamento do município para 2023 na área social e no apoio às empresas que se queiram instalar no concelho, no sentido de promover a empregabilidade e a economia da ilha.

“Temos previsto um investimento de cerca de três milhões de euros em parques empresariais, em loteamentos e na cooperação institucional”, explicou Ana Brum, adiantando que estão previstos investimentos no parque empresarial e a criação de uma incubadora de empresas “para captação de novas empresas para o concelho e transformação das ‘startups’ em empresas que possam trazer empregabilidade e fomentar a economia”.

O orçamento da Câmara das Lajes do Pico, que totaliza 8,9 milhões de euros em 2023, prevê ainda investimentos na rede de abastecimento de água para consumo doméstico, com a construção de um furo de captação de água e novos reservatórios.

“Este orçamento é muito diversificado, mas reflete a preocupação com o bem-estar da população e com o desenvolvimento sustentável do território, dando prioridade às pessoas”, sustentou a autarca, que fala também na necessidade de garantir uma gestão “rigorosa, exigente e transparente” dos dinheiros públicos.

Ana Brum, que preside aos destinos da autarquia lajense há apenas dois anos, queixa-se, por outro lado, da redução de transferência de verbas do Orçamento do Estado para a Câmara das Lajes do Pico, que diz ser “muito inferior ao que foi recebido há dois anos”, situação que penaliza financeiramente o município.

“Só a despesa com pessoal aumentou 384 mil euros, de 2021 para 2023, sem que tenha havido novas contratações”, adiantou a autarca, lembrando que “este aumento tem um impacto muito grande no orçamento da Câmara Municipal das Lajes do Pico”.

Nuno Monteiro, deputado municipal da coligação “Unidos pelo Nosso Concelho”, que junta o PSD, o CDS-PP e o PPM (os três partidos que governam na região), considera que o orçamento da Câmara das Lajes do Pico para 2023 “não traz muitas novidades para o concelho”.

“É um concelho que se encontra envelhecido e que precisa retomar uma nova dinâmica, um novo impulso, e consideramos que este orçamento ainda não traz esse impacto da forma necessária”, explicou o autarca, justificando a abstenção da coligação em relação a este documentos previsionais.

Na sua opinião, há determinados eixos que não são considerados neste orçamento para 2023, ou que têm um “apoio reduzido”, como é o caso do desporto ou do setor agrícola, que têm apenas previstos “projetos em fase embrionária”, cujo resultado prático ainda não é conhecido.

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