Autor: AO/Lusa
No texto é adiantado que as propostas vão agora ser “cuidadosamente analisadas” pelo banco e pelo Estado.
O Banif está em processo de reestruturação desde 2012, sendo que, no final daquele ano, o Estado injetou 1.100 milhões de euros no banco para o recapitalizar, 700 milhões de euros em capital e 400 milhões de euros em obrigações convertíveis em ações (as chamadas 'CoCo' bonds'), das quais faltam devolver 125 milhões de euros.
Desde então, o Banif começou a negociar com a Comissão Europeia o seu plano de reestruturação, que até hoje ainda não foi aprovado, mas que já era conhecido que incluía a saída das unidades que o banco tem fora de Portugal.
Nos resultados referentes aos primeiros nove meses deste ano, até setembro, o Banif diz que “o resultado das unidades operacionais descontinuadas totalizou 35,1 milhões de euros”, valor que incorporava “a mais-valia relacionada com a venda da participação na Banif Mais, no montante de 49,1 milhões de euros [feita no segundo trimestre de 2015], o que compara com -42,1 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2014”.
As unidades descontinuadas do grupo ainda para venda são o Banco Banif Brasil, o Banif Bank (Malta), o Banco Caboverdiano de Negócios e a Açoreana Seguros.
O Banif tem estado sob os holofotes mediáticos nos últimos dias, perante a confirmação da administração do banco de que estava “envolvido num processo formal e estruturado” com vista venda a um investidor da posição do Estado, de cerca de 60%, e sobretudo depois de notícias de que o Governo quer receber ofertas de compra até hoje (pelas 20:00).
A imprensa tem avançado que os bancos espanhóis Santander e Popular e o fundo norte-americano Apollo estarão interessados no banco.
As ações do Banif estão suspensas de negociação desde quinta-feira, por decisão da CMVM, que disse estar a aguardar a “prestação de informação relevante” sobre o processo de venda. Quando foram suspensos, os títulos estavam a valorizar 43% para 0,002 euros (0,2 cêntimos).
A Comissão Europeia - cuja Direção-Geral da Concorrência tem aberta já há algum tempo uma investigação às ajudas prestadas pelo Estado ao Banif - afirmou recentemente, num documento, que tem "as maiores dúvidas" de que o banco consiga devolver o dinheiro público.
O 'contrarrelógio’ para encontrar rapidamente uma solução para o Banif está relacionado com a entrada em vigor, a 01 de janeiro de 2016, da nova legislação europeia sobre a liquidação e reestruturação de instituições bancárias, que impõe que obrigacionistas seniores e grandes depositantes (acima de 100 mil euros) paguem parte de uma eventual resolução.
O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje em Bruxelas ter "esperança" de que surgissem propostas para o Banif que dispensem a necessidade de um Orçamento do Estado retificativo para 2015.
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