O Hospital Divino Espírito Santo (HDES), que há um ano enfrentava as consequências de um grave incêndio, realizou no primeiro trimestre deste ano menos exames, menos cirurgias e menos atendimentos na Urgência do que nos primeiros três meses do ano passado. Mas registou mais consultas médicas e de outros profissionais, e quase o mesmo número de partos.

O HDES tinha no primeiro trimestre deste ano mais 3485 exames em lista de espera do que no mesmo período do ano passado, estando 37 984 meios complementares de diagnóstico e terapêutica por realizar, segundo os dados da unidade hospitalar. 

Verificou-se, pois um aumento de 10,1% da lista de espera de meios complementares de diagnóstico e terapêutica no HDES, num período em que a própria realização de exames também diminuiu em comparação com o período homólogo (-8,2%).

De facto, de acordo com os dados disponibilizados, foram realizados 628 715 meios complementares de diagnóstico e terapêutica entre janeiro e março deste ano, menos 56 158 do que no primeiro trimestre de 2024, antes de ocorrer o incêndio, a 4 de maio do ano passado, que condicionou a prestação de cuidados de saúde.

À semelhança da realização de exames, também a produção cirúrgica parece não ter ainda  recuperado o ritmo, uma vez que se registou no período em análise menos 20,33% cirurgias (incluindo as pequenas cirurgias) do que no ano passado no primeiro trimestre. Os dados mostram que, enquanto, entre janeiro e março de 2024, foram realizadas 2376 cirurgias, este ano  foram realizadas em três meses 1893 cirurgias, menos 483 ao todo.

As consultas não seguiram, contudo, esta tendência de descida. O número de consultas médicas subiu ligeiramente até, tal como o número de consultas de outros profissionais de saúde. Segundo os dados do Hospital Divino Espírito Santo, nos primeiros três meses deste ano, a unidade hospitalar garantiu 47 538 consultas médicas (com a presença de doentes), mais 231 que no mesmo período do ano passado. Foi ainda possível realizar mais 985 consultas de outros profissionais de saúde - 18 021 ao todo (+5,78%).
Houve ainda mais 43 consultas sem marcação, 15 195 no total, neste mesmo período.

O Hospital de Dia também teve mais sessões, mas menos utentes. Foram 8702 sessões, 90 a mais em comparação com o período homólogo, e 1904 utentes, menos 156 do que no primeiro trimestre de 2024 (-7,57% ).

No Serviço de Urgência, nos primeiros três meses do ano, fizeram-se 26 879 atendimentos, menos 1461 do que no mesmo período do ano passado (-5,16%).

Já o Bloco de Partos registou, por sua vez, quase o mesmo número de partos nos dois trimestres que estão a ser comparados (280 entre janeiro e março de 2024 e 281 nos primeiros três meses deste ano).

Recorde-se de que, na sequência do incêndio de dia 4 de maio de 2024, foi decidido construir uma estrutura modular para permitir obras estruturais no edifício do hospital e retomar a prestação de todos os cuidados de saúde no perímetro do hospital, mas só no início de fevereiro deste ano, nove meses depois, começou a funcionar em pleno, depois do Serviço de Urgência ter passado a funcionar naquela estrutura a 3 de setembro.