Açoriano Oriental
Atraso dos apoios comunitários deixa agricultores descontentes
O atraso no pagamento de alguns apoios comunitários à agricultura está a ser alvo de protestos por parte de alguns lavradores.

Autor: Tânia Silva
Em causa está a atribuição do  “Poseima vacas leiteiras” e do “Culturas arvenses”, subsídios que deveriam ter sido concedidos até ao  passado dia 24 de Dezembro, data que, segundo Jorge Rita,  presidente da Direcção da Associação Agrícola de São Miguel, foi anunciada pelo secretário regional de Agricultura e Pescas, Noé Rodrigues, aquando do Congresso Regional de Agricultura e Pescas.
De acordo com o presidente da Associação Agrícola, “é um grande transtorno para os lavradores receber os apoios comunitários com algum atraso, atendendo a que houve, inesperadamente, a baixa do preço no leite nos últimos tempos, acabando por estrangular as finanças dos lavradores.”
O presidente da Associação Agrícola refere que o secretário da Agricultura e Pescas necessita de “rever toda esta situação”, uma vez que “todos estes subsídios, sem excepção, já deviam ser antecipados à semelhança de Espanha.” É que, “ao receber os subsídios atrasados e de uma forma faseada, obviamente que se está  a estrangular todo o sector de actividade que é o mais importante da Região”.
Assim sendo, apela “àqueles que governam” para dar o “devido valor ao maior sector da actividade económica açoriana.”
“Quem governa tem de ter sensibilidade suficiente para saber o peso que este sector económico e social tem”, reforça o responsável pela Associação Agrícola de São Miguel.
Jorge Rita refere que é “crucial para os agricultores criar uma linha de crédito de endividamento a todas as operações agro-pecuárias, da mesma forma que foi feito para outros sectores de actividade com menos relevância na economia regional.”
Por seu turno o responsável pela área da Agricultura do Partido Social Democrata (PSD) dos Açores, António Ventura, define como “balbúrdia” o pagamento dos apoios comunitários do ano transacto.
António Ventura afirma que “continuam a existir os mesmos problemas”, acrescentando que “antes de mais a Região não tem um calendário de pagamentos, o que traz complicações aos agricultores, que não conseguem estabelecer compromissos financeiros uma vez que é com base nos apoios comunitários que fazem os seus pagamentos.”
Além disso, declara que “é preciso notar que, dos apoios que o Governo Regional anunciou, aquele que efectivamente conseguiu cumprir foi no dia 17 de Outubro passado, ou seja, dois dias antes do dia das Eleições Regionais.”
Noé Rodrigues, por sua vez, afirma que no Congresso Regional de Agricultura e Pescas “não foram garantidas datas, mas foram feitas previsões de quando iriam ser efectuados os pagamentos pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).
O secretário regional declara, ainda, “não haver datas indicativas para o pagamento dos apoios, mas sim meses nos quais estes são atribuídos”.
 Nesse sentido, afirma que “durante este mês já foram efectuados pagamentos de alguns prémios”, garantido também que “até ao final do mês serão realizados os pagamentos dos restantes subsídios, nomeadamente a 30 e 31 de Dezembro.”
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