"Desde a manhã de segunda-feira que o CIVISA regista alguma atividade sísmica acima dos valores normais na zona do banco D. João de Castro", afirmou João Luís Gaspar, acrescentando que foram registados desde essa altura oito eventos com magnitude igual ou superior a 2 na escala de Richter.

Segundo este especialista, "são normais este tipo de fenómenos naquela zona, que regista de tempos a tempos alguma atividade acima dos valores de referência".

"Apesar dos sismos poderem ter uma magnitude um pouco mais elevada, acabam por ser sentidos com intensidades fracas ou moderadas, já que a zona fica bastante distante das ilhas Terceira e S. Miguel", salientou João Luís Gaspar.

O banco submarino D. João de Castro fica situado no alinhamento estrutural que se desenvolve ao longo dos grupos Oriental e Central dos Açores, uma zona que, segundo João Luís Gaspar, "evidencia, por vezes, alguma instabilidade geológica, dado que se situa na fronteira entre as placas euro-asiática e africana".

Apesar de esta zona do Atlântico ter registado crises sísmicas por diversas vezes, João Luís Gaspar considerou que é um cenário que não se coloca por agora, assegurando que a atividade naquela área "está a ser acompanhada".

"Não falaria ainda de crise sísmica", afirmou este especialista, que considerou "importante" que a população acompanhe as informações que vão sendo divulgadas pelo CIVISA e pelo Serviço Regional de Protecção Civil.

O arquipélago dos Açores registou dois sismos de maior magnitude nas últimas horas, tendo um ocorrido às 21:23 (22:23 em Lisboa) de segunda-feira e o segundo às 07:47 (08:47 em Lisboa) de hoje.

O primeiro teve epicentro a 70 quilómetros a sudeste da ilha Terceira e registou uma magnitude de 4.0 na escala de Richter e o segundo ocorreu a 143 quilómetros a sudeste da ilha das Flores e teve uma magnitude de 4.5 na escala de Richter.

Nenhum dos sismos provocou danos materiais ou vítimas pessoais.