O alerta do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras surge no dia em que começa, em Lisboa, o congresso desta estrutura sindical tendo como assunto de destaque a falta de inspetores.
“A falta de inspetores é uma necessidade que se arrasta há muito tempo e é do conhecimento da tutela. É um problema endémico dentro do serviço e corremos o sério risco de a prazo entrar numa situação de rutura”, disse o presidente do sindicato, Acácio Pereira.
Segundo o sindicato, há cerca de 10 anos que não entram novos funcionários para o SEF, sendo necessário cerca de 200 inspetores para suprir as principais necessidades.
Acácio Pereira adiantou que a falta de pessoal faz sentir-se um pouco por todo o país, mas é mais notória nos Açores, Algarve e Lisboa.
“A atividade diária ficará comprometida se não houver admissão de pessoal. Estamos a falar de situações no limite e em muitos sítios estamos a trabalhar com os serviços mínimos”, sustentou.
O presidente do sindicato justificou a necessidade de reforçar o efetivo com o aumento do tráfego aéreo e marítimo, nos últimos tempos em Portugal.
Segundo o sindicalista, Portugal funciona atualmente como uma plataforma giratória, existindo muitos cidadãos que cruzam a Europa, mas que fazem a sua passagem por Lisboa.
A falta de inspetores vai ser analisada no sábado, dia dedicado ao debate sobre as questões internas que afetam os inspetores do SEF.
Para hoje está agendado um seminário sobre a “Europeização das fronteiras: dos três pilares à competência partilhada”, que contará com a presença do ex-ministro da Administração Interna, Rui Pereira, o eurodeputado do PSD Carlos Coelho e membros da FRONTEX (Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia) e do organismo da UE Justiça e Assuntos Internos (JAI).
