Açoriano Oriental
Eleições Europeias
Apoiar Durão por ser português é "tão parolo como bandeiras do Euro2004"
O apoio a Durão Barroso "apenas porque ele é português" ou ao Tratado de Lisboa apenas porque ostenta o nome da capital portuguesa são "sentimentos tão parolos quanto a história das bandeiras de Portugal durante o Euro 2004".
Apoiar Durão por ser português é "tão parolo como bandeiras do Euro2004"

Autor: Lusa / AO Online
A opinião foi expressa em entrevista à agência Lusa pelo cabeça-de-lista do Partido Popular Monárquico (PPM) ao Parlamento Europeu (PE), o jornalista Frederico Carvalho, 36 anos.

"É um pouco como perguntar se eu escolheria um ´labradoole´ ou um cão de água português para a Casa Branca. O Durão Barroso foi escolhido apesar dos Açores. Entretanto, não me parece que ele tenha feito algo que o impeça de continuar, de cumprir o próximo mandato se assim o desejar a maioria", ironizou o candidato.

Do mesmo modo, a discussão sobre o Tratado de Lisboa (TL) devia centrar-se não "no nome" - uma "discussão parola", como lhe chama - mas no seu conteúdo, que "está a ser escondido" dos portugueses.

"O TL é capaz de ser uma boa ideia, mas nunca foi explicado aos portugueses. Defendemos o referendo para discutir o que o TL tem realmente (…) eu próprio tenho dúvidas porque a discussão ainda não foi aberta e isso é que está mal", referiu.

O candidato do PPM já fixou, entretanto, um objectivo eleitoral que, espera, irá "provocar uma revolução não violenta no dia 07 de Junho ": eleger "pelo menos dois eurodeputados", apesar de "o jogo estar viciado à partida" e de a meta "parecer demasiada para um partido que nem sequer surge nas sondagens".

"Acreditamos que é possível porque esta é uma hora crítica na Europa e sobretudo em Portugal (…) Qualquer sondagem feita antes desta entrevista para mim não tem qualquer valor porque ninguém me conhece", declarou.

Em troca, Frederido Carvalho promete que um eurodeputado do PPM "passará a ser mais conhecido" e trabalhador "do que qualquer outro".

"Se o ordenado que os eurodeputados vão ganhar é pago a peso de ouro comparado com o dos portugueses, o nosso trabalho na UE tem que ser ouro para Portugal", enfatizou.

Considerando que os temas nacionais não devem estar arredados do debate nas eleições europeias - ir a votos "é sempre ser avaliado em relação ao programa ou em relação ao trabalho que se fez", defendeu -, o candidato do PPM aludiu ao recente episódio de violência envolvendo o seu adversário do PS, Vital Moreira.

"A tensão existe e é real e não me parece que os actuais políticos estejam a fazer algo para minimizar essa tensão. Espero bem que Portugal mantenha uma pose em que os portugueses não andem a lutar contra portugueses. O episódio é de condenar. Mas, a quem conveio aquilo ?", perguntou.

Em linha com o apelo do Presidente da República, Frederico Carvalho prometeu contenção nos gastos de campanha - "não vou gastar muitos meios porque não os tenho", comentou - e deixou uma receita para responder à crise.

"Deixem a democracia funcionar. Havendo democracia, passa a haver mecanismos de controle para que não possa haver o esbulho que tem havido até este momento (…) pedimos racionalidade e responsabilização das pessoas (…) acabem-se por exemplo com os paraísos fiscais, haja mais transparência", propôs.

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