Açoriano Oriental
Agências de viagens exigem descida da carga fiscal sobretudo sobre trabalho

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) disse hoje que o setor exige uma descida significativa da carga fiscal, sobretudo sobre o trabalho, acrescentando que urge resolver o problema do acesso à mão-de-obra.

Agências de viagens exigem descida da carga fiscal sobretudo sobre trabalho

Autor: Lusa /AO Online

"Julgo que ficou claro que há muito que todos exigimos uma diminuição acentuada da carga fiscal, pelo menos sobre o fator trabalho", disse o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, na cerimónia de encerramento do 47.º Congresso APAVT, o qual reuniu 750 congressistas para debater o setor e que termina oficialmente no domingo.

"Enquanto isso não acontecer, impediremos o elevador social, afastaremos e teremos mesmo dificuldade em reter, o talento, e teremos evidentemente menos capacidade de atingir níveis de serviço compatíveis com o preço que pretendemos oferecer", justificou o responsável.

O tema dos recursos humanos, nomeadamente a falta de mão-de-obra, é um grande constrangimento ao desenvolvimento do setor, afirmam.

"Urge resolver o problema do acesso a mão-de-obra. Não bastará aqui facilitar a imigração, embora todos reconheçamos que este é um primeiro passo que tem de ser dado. Porém, há que saber alojar quem vem, formar quem está disposto a viver e trabalhar no nosso país, valorizar as novas carreiras, impedir que redes de criminosos tomem conta dos processos de imigração", sublinhou Pedro Costa Ferreira.

Na quinta-feira, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, disse, no congresso nos Açores, que o Governo vai criar uma Agenda para atrair e qualificar pessoas para trabalharem no turismo.

O responsável recordou que "'Fazer!' foi o tema do congresso", pretendendo a associação "alertar para a necessidade de mais ação e menos promessas".

Mas também, acrescentou, o fazer diferente.

"Não ter vergonha de nos darmos ao respeito de quem entrega, na economia portuguesa, um PRR por ano, e respeitarmos esta sólida posição de liderança, construindo uma realidade turística que integre todos os 'stakeholders' [parceiros], proporcionando ganhos a residentes, turistas, empresas e colaboradores", reforçou.

De acordo com o presidente da APAVT, no congresso deste ano ficou patente que as estratégias de futuro "terão sempre de integrar a noção de interdependência, de complementaridade, de ganho conjunto".

Tal como na abertura do congresso, alertou para a necessidade de resolver o problema das obras no aeroporto de Lisboa, a "única via de evitar que a panela de pressão em que se transformou o tema das acessibilidades aéreas" lhes "rebente nas mãos".

Sendo "mais rigoroso", como definiu, é a única via de se minimizarem "as terríveis perdas decorrentes da não decisão relativamente à solução portuária lisboeta".

"Até porque fica difícil perceber como vamos gerir a pressão turística se não soubermos cuidar de um 'hub' que representa a melhor arma de penetração nos mercados de 'long-haul' [longo curso], aqueles que permitem, de uma forma mais óbvia e imediata, trabalhar para além do verão, ganhando e consolidando novos territórios turísticos", resumiu.

Ainda assim, e em jeito de balanço, Pedro Costa Ferreira diz que existem "muitas razões para acreditar no futuro" que o setor traça diariamente.


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