Açoriano Oriental
Entrevista
AFPD quer mais parcerias para aliviar esforço financeiro dos clubes

Robert Câmara, presidente da Associação de Futebol de Ponta Delgada, faz o balanço do primeiro quarto da Liga Salsiçor 2018/2019.

Leia a entrevista impressa na edição de sábado, 8 de dezembro, do Açoriano Oriental

AFPD quer mais parcerias para aliviar esforço financeiro dos clubes

Autor: Arthur Melo

Dos 45 jogos das primeiras nove jornadas, apenas um ficou por disputar devido às más condições meteorológicas. O jogo (Vitória - Fontinhas, da oitava jornada) está marcado para 22 de dezembro e vai realizar-se no período da pausa de Natal e Ano Novo. Caso surja mais algum imprevisto do género no decorrer da segunda volta, e atendendo ao facto de não haver mais pausas competitivas até ao fim da primeira fase, como poderá ser resolvida a questão?
No mais extenso período regular e contínuo da prova, compreendido entre 7/1/2019 a 18/2/2109, decorrem sete jornadas sem interrupção o que obrigará, caso se verifique algum adiamento por causa de força maior, à remarcação dos referidos jogos para um dia de semana.

Que feedback tem recebido a organização dos clubes acerca do campeonato esta época?
Os momentos privilegiados para proceder a uma avaliação deste tipo acontecem quando juntamos todos os intervenientes da prova. Aconteceu aquando da realização do sorteio da primeira fase, a 27/7/2018, e acontecerá, novamente, a 22 de fevereiro próximo.
Esses momentos são fundamentais para uma avaliação que se pretende verdadeira porque promovem, num quadro de partilha, confrontos sãos entre as diferentes sensibilidades representadas.
Para além dos momentos referidos, a AFPD está sempre disponível para ouvir e dialogar sobre os mais diversos assuntos que vão surgindo no dia a dia de cada um dos participantes da Liga Salsiçor.
Não obstante o referido, julgo que a prova tem decorrido com toda a normalidade, configurando-se, uma vez mais, no sucesso a que já nos habituou.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tem realizado uma forte aposta nas novas tecnologias e na divulgação em tempo real das suas competições. De que forma as ferramentas internet e redes sociais podem contribuir para uma maior divulgação da Liga Salsiçor?
 As ferramentas da internet bem como os meios de comunicação mais tradicionais são todos fundamentais na promoção e divulgação da nossa Liga Salsiçor. Com o apoio da Federação Portuguesa de Futebol, através do Projecto 22, já reforçamos o quadro de recursos humanos nas áreas de gestão e marketing & comunicação.
Estamos ainda a arrancar com este novo projecto mas estamos certos que os conteúdos que ofereceremos continuarão a melhorar, perspectivando-se uma atractividade dos mesmos que consiga contribuir para uma montra apelativa do nosso produto que é o desporto e, por conseguinte, da nossa região que tem sabido, e muito bem, apoiá-lo.

Os Clubes nos Açores estão preparados para acompanhar esta revolução tecnologica que a FPF tem procurado imprimir ao longo dos últimos anos?
Cada clube há de corresponder conforme puder. Não podemos excluir ninguém por falta de recursos. Aliás, os que menos recursos têm e que experimentarão, por conseguinte, maiores dificuldades são os que merecem mais apoio porque, em muitos casos, são os maiores heróis da fenómeno desportivo, assegurando a possibilidade da prática desportiva em alguma localidades a troco de muito esforço pessoal que muitas vezes, infelizmente, passa sem merecer o justo reconhecimento.
Com a consolidação do nosso departamento de comunicação e marketing, e após uma primeira fase que julgamos durará mais uns três meses, estaremos disponíveis para apoiar no esforço da melhoria da comunicação de todos os nossos associados. Para o efeito, desenharemos um plano de actuação em que todos os associados terão lugar.
As alterações que decorrem pretendem melhorar a qualidade da actividade oferecida pelos clubes, tornando as modalidades que promovemos mais apelativas para os atletas, em especial para aqueles que estão em processo de formação.
Relativamente ao processo de certificação das entidades formadoras, processo fundamental para assegurar padrões de qualidade mínimos exigíveis na formação das crianças e jovens que abraçam as modalidades de futebol e futsal, está a AFPD a desenvolver um tremendo esforço na organização de todo o processo por acreditar que ele é fundamental e por ter a consciência de que para ser bem sucedido terá de haver um tremendo apoio a muitos dos nossos clubes que possuem parcos recursos. Vamos fazer deste processo um desígnio colectivo em que a associação e cada um dos seus clubes associados consigam enfrentar o desafio com o entusiasmo que ele merece. O sucesso deste projecto é o sucesso de cada uma das crianças e de cada um dos pais que confiem as suas crianças aos clubes.

Aproveitando a ocasião, e como se encontra praticamente a meio do mandato como presidente da AFPD, que balanço faz dos últimos dois anos?
Um balanço positivo que se pauta por desenvolver um trabalho despretensioso, focado na melhoria da modalidade, em especial na sua fase de formação com especial enfase na consciencialização de que todos jovens atletas têm direito a jogar e todos têm o dever de conciliar a sua actividade desportiva com os estudos e responsabilidade social. Acreditamos que imbuindo os nossos clubes e atletas dessa mentalidade de inclusão e responsabilidade estaremos a conferir sustentabilidade à modalidade e a enquadrá-la, com a atractividade que ela merece, numa sociedade que se quer de bem.

Quais os objetivos e metas para os próximos dois anos, não apenas no campo desportivo mas também no campo organizacional e de promoção e divulgação do futebol e do futsal?
Neste momento, com a melhoria dos aspectos de comunicação que agora se começam a concretizar, damos cumprimento integral do nosso programa eleitoral para o actual mandato.
É nosso propósito continuar a seguir uma política de descentralização em que fomentamos os nossos clubes a organizarem eventos desportivos e formativos com o devido apoio da associação quer a nível financeiro quer a nível promocional.
Outro objectivo é o de continuar a procurar parcerias financeiras que permitam continuarmos a aliviar, e forma sustentável, o esforço despendido pelos clubes na organização de jogos. Lembro que, actualmente, a associação não cobra aos clubes o custo de arbitragem em qualquer jogo de escalões de formação.
Resumidamente, queremos evitar a complacência, continuando a estabelecer metas ambiciosas que nos obriguem a dar muito de nós para as alcançarmos. Fazemos ponto de honra em darmo-nos bem com todos os nossos interlocutores – FPF, ADR’s, Governo Regional, Câmaras Municipais, clubes, etc. Acreditamos que, assim, tudo se torna mais fácil nesse processo de incentivo e promoção da prática desportiva.
Esperamos, com isso, continuar a aumentar o número de praticantes federados de futebol e futsal, sem esquecer a prática feminina, nas ilhas de São Miguel e Santa Maria.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados