Autor: Arthur Melo
O montenegrino, que esteve para ser dispensado no início da época, foi a grande figura do jogo ao desatar um nó que parecia não ter solução, numa das muitas jogadas que criou no flanco direito, justamente o “calcanhar de Aquiles” da defesa madeirense.
O lateral esquerdo Nuno Pinto nunca teve “pernas” nem capacidade de antecipação para o travar e percebia-se que o Sporting, a ser capaz de chegar ao golo, seria precisamente por ali.
Com Solnik preocupado em fechar as subidas de João Pereira, com relativo sucesso, Nuno Pinto ficou sempre “cara a cara” com Vukcevic sem que o treinador Jokanovic encontrasse uma compensação para dobrar o seu lateral esquerdo.
O Sporting chegou ao golo aos 64 minutos, numa jogada fabricada por Vukcevic no flanco direito, com um cruzamento com efeito para o segundo poste, onde Saleiro finalizou com competência, e os leões ficaram com o pássaro na mão.
O Nacional foi obrigado a subir o seu bloco, a aumentar as distâncias entre os sectores, na tentativa de chegar ao empate, o que permitiu ao Sporting mais espaços para em contra-pé desferir o golpe de misericórdia nos madeirenses.
Mas a finalização continuou a ser uma pecha num ataque onde a vulgaridade domina e no qual Liedson (foi substituído ao intervalo por Saleiro) está em momento de forma horrível.
O jogo estava de feição para o Sporting arrumar a questão, mas, na sequência de um canto e de um alívio a soco de Rui Patrício, a bola foi devolvida para o coração da área, onde Danielson surgiu sozinho a finalizar para o 1-1.
Este golo liquidou animicamente os jogadores do Sporting e o jogo terminou com o Nacional mais próximo do segundo golo, mais veloz, acutilante e atrevido, pelo estímulo do tento, mas também pela entrada de dois homens frescos como Anselmo e Mihelic.
O Sporting teve um primeiro quarto de hora promissor, a impor velocidade, agressividade, profundidade e variedade ao seu jogo ofensivo, criando grandes dificuldades à organização defensiva do Nacional.
Essa entrada de leão traduziu-se em vários lances de apuro para a baliza de Bracali e numa oportunidade de golo, aos quatro minutos, com Vukcevic a não ser capaz de bater o guarda-redes contrário só com este pela frente, na conclusão de uma bela jogada colectiva iniciada e culminada pelo montenegrino.
A partir do quarto de hora inicial, o Nacional foi assentando o seu jogo, ganhando confiança para subir o seu bloco e o jogo tornou-se mais equilibrado e repartido.
Paulo Sérgio trocou ao intervalo o desinspirado Liedson e o ineficaz Yannick e a alteração beneficiou o Sporting, que passou a ter dois flancos em vez de um, com Diogo Salomão a dinamizar o lado esquerdo.
Quando os leões chegaram ao golo, a equipa revelou falta de consistência e maturidade para segurar a vantagem, com a vulnerabilidade da defesa a emergir, em particular por parte de Nuno André Coelho, sempre nervoso e inseguro.