Autor: Carlota Pimentel
No Bairro das Laranjeiras, no Centro Pio XII, um grupo de
voluntários decidiu dar início à criação de uma horta comunitária. Este
projeto tem como principal objetivo cultivar alimentos saudáveis,
promover a diversidade alimentar e reforçar laços comunitários.
Ao AçorianoOriental, Paula Costa, uma das responsáveis pela horta comunitária, revelou que “já tinha vontade de participar num projeto assim há alguns anos” e que a iniciativa surgiu da “disponibilidade da Diocese em ceder um terreno que faz parte do Centro Pio XII”.
Após
alguns contactos, Paula Costa percebeu que existiam pessoas “igualmente
com vontade”, bem como “com conhecimento e experiência” em iniciativas
semelhantes, algo que considera “importante” no arranque do projeto.
Conforme refere Paula Costa, a vontade de cultivar alimentos saudáveis é a base que une todos os participantes.
“Temos
essa vontade de poder aceder a uma maior diversidade de produtos.
Vivemos no Açores. Temos muita terra disponível. É muito triste não
termos uma diversidade alimentar, com produtos frescos e de qualidade. É
também muito difícil ter agricultura biológica atualmente, além de que
os preços são pouco acessíveis”, sustentou.
Como parte do
desenvolvimento do projeto, uma das prioridades passa por aumentar o
envolvimento dos moradores do Bairro das Laranjeiras.
“Estamos a ver se conseguimos articular com alguém que já desenvolva trabalho em alguma associação ou centro cívico”, explica Paula Costa, acrescentando que o propósito é também que “seja um projeto para as pessoas do bairro das Laranjeiras”.
Tendo em conta que se trata de um projeto
comunitário, “todos fazem parte do processo e estão a trabalhar juntos,
mais ou menos, uma vez por semana”, adianta.
Segundo Paula Costa, a
horta está a ser desenvolvida de acordo com os ciclos da natureza: “O
inverno é o momento para preparar a terra e as estruturas, para depois
começarmos o plantio para a primavera”.
De momento, estão envolvidas
15 pessoas na horta comunitária, além de “uma rede de voluntários e
amigos que, por vezes, ajudam quando existe uma tarefa maior”.
Paula Costa sublinha que o projeto “está aberto a qualquer pessoa”, reforçando que existe, no entanto, “um compromisso, porque a terra requer trabalho”.
Como a horta comunitária está numa fase inicial, Paula Costa diz que as dificuldades se prendem, sobretudo, com a falta de materiais e ferramentas agrícolas. Para já, o mais necessário é “material agrícola, sementes e plantas”, sendo que “as pessoas se podem dirigir ao centro Pio XII e entregar sementes ou material próprio”.
Refira-se que no próximo sábado, 1 de fevereiro, terá lugar a plantação de uma mata endémica no Centro Pio XII. A ação contará com o apoio dos Serviços Florestais, que doaram as árvores, bem como com a participação dos “membros e amigos da horta comunitária”.
Paula Costa espera que esta horta possa evoluir para algo maior, como uma agrofloresta, por exemplo. “Lançar uma sementinha nos Açores do que pode ser uma agrofloresta, ou uma horticultura um pouco mais diversa, com princípios de permacultura”, frisa, adiantando que a longo prazo “gostaríamos mesmo de ver isso a ser reproduzido noutras zonas da ilha e dos Açores".
Os interessados em saber mais ou colaborar podem entrar em contacto através do telemóvel +351 915 446 185 ou do e-mail [email protected].