Açoriano Oriental
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Vice-presidência da AR e eleições para líder parlamentar dividem Rui Rocha e Carla Castro

A decisão de apresentar nova candidatura à vice-presidência da Assembleia da República e as eleições para a liderança parlamentar foram algumas das diferenças que marcaram o debate entre os candidatos à liderança da IL Rui Rocha e Carla Castro.


Autor: Lusa/AO Online

O primeiro frente a frente entre estes dois candidatos à presidência da IL – na corrida está também José Cardoso – decorreu esta noite na SIC Notícias, tendo sido debatida a estratégia que cada um tem para o partido que vai a eleições internas antecipadas na convenção eletiva de 21 e 22 de janeiro, em Lisboa.

Um dos temas que dividiu os liberais foi a decisão sobre a apresentação de um novo nome para a vice-presidência do parlamento, depois do ainda líder partido, João Cotrim Figueiredo, ter sido rejeitado pelos deputados em março de 2022.

“Nós somos solidários com todas as decisões que ocorreram nestes últimos meses, agora o que é relevante é perante uma nova presidência, o que é que nós vamos fazer em relação ao assunto. Em relação à vice-presidência a nossa intenção é apresentar, sim, um candidato”, disse Carla Castro, remetendo a decisão do nome para o grupo parlamentar.

Segundo a também deputada e dirigente, é preciso ter em consideração a representação institucional, considerando que “as situações na assembleia mudaram” e que “vai mudar a presidência da IL”, referindo que tem sido solicitado pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que o partido apresente uma nova candidatura.

Na resposta, Rui Rocha mostrou “alguma estranheza” com esta posição da sua opositora porque “houve uma decisão tomada pelo grupo parlamentar da IL depois de João Cotrim Figueiredo ter apresentado a sua candidatura e de não ter sido eleito”.

“Isso foi discutido no grupo parlamentar e foi decidido que não iríamos apresentar nova candidatura na altura. Essa é a decisão que existe hoje em dia”, recordou.

O deputado sublinhou que a decisão de voltar ou não a apresentar um nome para este cargo “tem que ser falada com o grupo parlamentar, coisa que até à data não foi feita”, perguntando a Carla Castro se “sabe se existem alguns candidatos possíveis" na bancada liberal.

“Com a mesma estranheza registei, precisamente na entrevista que foi feita na SIC na semana passada, pareceu-me que a Carla Castro sugeriu que no dia seguinte às eleições, se ganhasse, iria convocar eleições para líder do grupo parlamentar. Ora, isso também não é uma competência do presidente. O mandato do líder parlamentar está previsto”, contrapôs, trazendo para o debate outro tema que marcou diferenças entre os dois candidatos.

Carla Castro, na réplica, sublinhou que o seu opositor sabe “perfeitamente que há uma tradição parlamentar democrática em que, em alteração de presidências [partidárias], é normal haver novas eleições ou voltar-se a falar sobre o líder parlamentar”.

“Acho que deve ser uma decisão que deve voltar aos deputados. Pode haver uma recondução, pode haver uma alteração, mas acho que é um bom espírito democrático revalidar e uma tradição parlamentar haver essa confirmação”, defendeu a candidata.

O entendimento sobre o que deve ser uma moção de estratégia global também foi um ponto em que ficaram claras as diferenças entre os dois opositores.

Para Rui Rocha, este deve ser “um documento que tem medidas para fora e tem medidas também para transformar internamente o partido”.

Segundo o candidato, o partido está vinculado e quer executar o programa eleitoral, mas desde que este foi apresentado houve uma “guerra e um movimento inflacionista” e “é natural que haja coisas” que não estão nesse documento “e que têm que ser complementadas com medidas externas” que apresenta na sua moção.

Por seu turno, para Carla Castro “há claramente uma confusão” porque numa moção de estratégia global é preciso “saber como fazer crescer o partido, como fazer robustecer o partido internamente e como chegar a novos eleitorados”, mais do que “mais medidas que têm que ser debatidas nos locais próprios”.

“Nós temos a equipa mais capacitada quer internamente quer externamente e há uma coisa que é muito importante: nós temos uma equipa que não está virada para dentro. Nós temos uma equipa muitíssimo mais virada para fora”, atirou a candidata.

Na resposta, Rui Rocha afirmou: “li a moção de estratégia de Carla Castro e essa equipa está tão virada para fora que são 70 páginas que só têm medidas para dentro, não há nada de concreto virado para fora”.


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