Açoriano Oriental
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Verdade foi factor-chave da resistência e união entre os mineiros do Chile
A verdade foi o factor fundamental de resistência e união entre os 33 mineiros chinelos que estiveram soterrados durante 69 dias a mais de 680 metros de profundidade, segundo Luís Urzúa, considerado o líder do grupo.
Verdade foi factor-chave da resistência e união entre os mineiros do Chile

Autor: Lusa/AO online
Urzúa, o último mineiro a ser resgatado, esteve em Portugal a convite de uma empresa de bebidas para dar uma conferência sobre a experiência vivida e sobre o trabalho em equipa.

A parte fundamental da vida é dizer a verdade”, revelou o mineiro de 54 anos, para quem a transparência é uma virtude fundamental.

Urzúa referiu várias vezes na sua intervenção que a verdade entre o grupo foi fundamental para superar as dificuldades que foram enfrentando.

Aliás, esta foi a principal mensagem que transmitiu aos outros 32 homens da primeira vez que conversaram depois do colapso da mina.

O mineiro disse ainda acreditar que a componente espiritual nunca largou os 33 homens, ajudando ainda a transformar o medo numa acção de fé: “A mão de Deus esteve nisto. O mineiro 34 foi Deus”.

Urzúa, que interpreta o sucesso do salvamento como “um renascimento”, lembra que se sente “um filho da Terra”.

Sem nunca evidenciar sinais de comoção, o líder do grupo recordou hoje o ambiente vivido durante mais de dois meses na mina de cobre e prata a quase 500 metros da capital chilena: 40 graus constantes e 90 por cento de humidade.

Os 33 homens estiveram 17 dias em total isolamento. Durante esse período, comiam duas colheres de atum por dia, meio copo de leite e um biscoito.

No interior da mina, o silêncio era absoluto. Urzúa diz que o primeiro barulho que ouviram foi, ao fim do quinto dia, o início dos trabalhos da sonda que só mais tarde chegaria ao local onde se encontravam.
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