O transitário enquanto opção global no sector do transporte de mercadorias, os novos desafios tecnológicos e a sua importância para o progresso económico dos Açores foram os temas que dominaram o XI Congresso Nacional de Transitários, que hoje decorreu em Ponta Delgada.
Reunindo profissionais da actividade, a par de representantes políticos e empresariais locais com interesses directos no sector, o encontro centra grande parte do seu tempo nos novos desafios que se colocam à área, por via da tão propalada globalização. De acordo com Aires Simões, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), “o tema de base do congresso é o transitário e a operação global, o que tem a ver com os objectos da nossa própria actividade, que é a concretização de qualquer transporte internacional ou insular desde a origem da fábrica ao destino final”. Mas, como realçou aquele representante dos transitários, no congresso incluem-se outros momentos de debate, especialmente aqueles destinados à discussão sobre a realidade dos Açores e a realidade insular no seu todo. Por isso, diz que “sem dúvida nenhuma que fazer o congresso nos Açores é extremamente pertinente e por isso o fazemos regularmente nas ilhas, quer aqui, quer na Madeira, pois apesar de serem duas regiões autónomas são duas regiões com mar de permeio”. Por isso, salienta Aires Simões, “nas ilhas a actividade dos transportes de um modo geral e dos transitários em particular é especial em termos da realização do transporte, tendo em conta as pontas e a relação aos portos principais, pois existem todos os outros destinos nas outras ilhas e é aí que funciona a engenharia do transitário, isto para se conseguir levar cargas a bom porto com eficácia e no mais curto espaço de tempo possível”.
Neste contexto, saliente-se o interesse que vem sendo dedicado pela Associação dos Transitários de Portugal às especificidades insulares, reflectido na edição de Maio/Junho da sua revista de publicação bimestral. Naquele número foi motivo de capa a Região Autónoma dos Açores como sendo “Um desafio em perspectiva”. Para além da incidência sobre a actividade transitária nas ilhas, e de textos relativos ao serviço de transporte de cargas da SATA, naquela publicação salienta-se uma reportagem sobre Ponta Delgada, com o sugestivo título “Uma cidade com futuro”. De resto, este olhar pormenorizado do sector dos transitários sobre o arquipélago dominante no seminário em curso poderá resultar em avanços práticos, tanto mais que o número e qualidade dos participantes surpreendeu a própria organização. Conforme salienta Aires Simões, “um congresso é a reunião entre colegas, mas o convívio nos corredores é uma ocasião única e por vezes daí saem situações que não estavam previstas, como sejam parcerias entre colegas. Congressos como estes são momentos que permitem explorar melhor o negócio mas têm a vantagem de possibilitar um intercâmbio entre colegas que muitas vezes origina parceria, fusões e mesmo aquisições”, diz.
Em termos de participantes, incluindo os convidados, a organização diz-se satisfeita, tanto mais tendo em conta “as dificuldades com que todos nos confrontamos”.
O XI Congresso Nacional de Transitários termina hoje pelas 18h00.
Transitários debatem sector em Ponta Delgada
Empresas de transporte de mercadorias reuniram hoje em São Miguel, numa altura em que são confrontados com algumas dificuldades
Autor: Rui Leite Melo
