Autor: Paula Gouveia
O Grupo SATA alterou o seu tarifário a 17 de janeiro, e, no âmbito da criação de novas tarifas, passou a cobrar o transporte de instrumentos musicais, independentemente da tarifa e da franquia de bagagem do passageiro, mantendo, contudo, a gratuitidade do transporte de equipamento desportivo.
A decisão tem gerado o descontentamento entre
músicos, em especial devido ao facto de se ter beneficiado a atividade
desportiva em detrimento da atividade musical.
Questionado o Grupo
SATA sobre a razão desta diferenciação, explica-se que “a razão desta
exceção [para o equipamento desportivo], prende-se com o facto dos
Açores se terem assumido como destino turístico onde a possibilidade de
prática de desportos ao ar livre é tida como um argumento importante de
diferenciação do destino”. E acrescenta-se que “a companhia aérea tem
acomodado esta exceção, uma vez que poderia vir a prejudicar o trabalho
de promoção feito até ao momento”.
A SATA sublinha que o material desportivo tem uma taxa de serviço aplicada, sempre que este exceda a franquia de bagagem permitida. Já os instrumentos musicais, com as novas regras em vigor, independentemente da franquia de bagagem, são sujeitos a taxas que podem variar entre 25 euros (se tiverem um peso até 23 quilos); 50 euros (de 23 a 32 quilos); e 100 euros (mais do que 32 quilos).
Sobre se a SATA equaciona rever este aspeto que já começou a merecer críticas de vários músicos, a companhia aérea afirma que “a cobrança de taxas pelo transporte de artigos especiais é, há muito tempo, uma realidade da indústria que a Azores Airlines só agora adotou” e “os preços atualmente praticados nos voos domésticos ficam aquém do que é habitual na indústria, precisamente, porque foram tidas em conta as necessidades especificas das rotas domésticas”. E, de facto, na TAP, por exemplo, os valores cobrados pelo transporte de instrumentos musicais são superiores - começam nos 50 euros; mas a companhia aérea portuguesa cobra também o transporte de equipamento desportivo (como se pode verificar no site da TAP).
Ainda assim, a
SATA ressalva que está “numa fase de adaptação do novo modelo
tarifário”, e, como tal, “todas as questões que chegam merecem ser
reconsideradas, incluindo as exceções. Encontrar um ponto de equilíbrio,
entre a satisfação dos clientes e a sustentabilidade da operação aérea,
é um objetivo que devemos sempre procurar alcançar”, conclui a
transportadora aérea dos Açores.