Açoriano Oriental
'Take-away' solidário apoia famílias açorianas e ajuda orçamento de instituição

 Aberto há poucos meses, o ‘take-away’ solidário “Cozinha da Mãe”, da instituição Mãe de Deus, nos Açores, já confeciona diariamente cerca de 30 refeições a preços acessíveis que ajudam famílias com dificuldades e também o orçamento da entidade.


Autor: AO Online/ Lusa

A funcionar desde janeiro, este pronto-a-comer solidário situa-se em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, no edifício sede da instituição centenária "Mãe de Deus", que acolhe crianças e jovens em risco.

No total são confecionados mais de 30 pratos por dia e são disponibilizadas ementas de segunda a sexta-feira que contemplam sempre três pratos: um de peixe, um de carne e um vegetariano.

“O objetivo não é o lucro, já que a nível de preços as refeições variam entre os oito e os 10 euros, mas há também sopas diárias a um euro. As doses são bastante generosas”, explicou o gestor da instituição, Dário Vaz, em declarações à agência Lusa.

A confeção das refeições diárias está a cargo de quatro cozinheiras da instituição, supervisionadas por um chefe.

“O ‘take-away’ solidário tem como objetivos ser uma fonte alternativa de receitas da instituição, proporcionar e vender refeições de boa qualidade a um valor abaixo do normal. Mas a ideia é também apoiar quem nos pede ajuda, quer sejam instituições ou famílias com carências”, diz Dário Vaz.

A "Mãe de Deus", fundada pelo benemérito Padre César Augusto Ferreira Cabido, em 1855, é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) com capacidade para acolher 64 crianças e jovens encaminhadas na sequência de uma medida de promoção e proteção.

As crianças e jovens acolhidos estavam numa situação de perigo e, por decisão do Tribunal ou das Comissões de Proteção de Menores, foram encaminhados para aquela instituição.

“O objetivo deste 'take-away' solidário é também aumentar a produção de modo a criar postos de trabalho na cozinha da instituição para algumas das utentes, nomeadamente das valências Lua Nova, uma casa de autonomização para jovens, a partir dos 16 anos, e do Laço Materno, que acolhe jovens mães e seus filhos", sublinhou o responsável.

A instituição tem 80 funcionários e sete valências protocoladas com a Segurança Social: a Casa Padre César Cabido, a Lua Nova, a Casa Maria Santo Cristo, o Laço Materno, a Casa Crescer e a Casa Sorriso.

Dispõe ainda de uma creche aberta à comunidade e com capacidade para 60 crianças.

Dário Vaz destaca que a instituição nos últimos anos tem investido em atividades de empreendedorismo, exemplificando com a criação do 'take-away' solidário, uma empresa de gestão de alojamento local, uma lavandaria e um gabinete de psicologia.

"O objetivo é também criar fontes de receitas alternativas à instituição, rentabilizar imóveis, mas também integrar no meio laboral utentes da instituição", afirmou o responsável.

Dário Vaz destacou a intervenção social que a "Mãe de Deus" tem também desenvolvido junto de públicos desfavorecidos, dispondo de um fundo de emergência social que "apoia famílias com histórico de carências", incluindo alguns familiares das crianças acolhidas na instituição.

Conta ainda com uma cantina social que confeciona e distribui cerca de 60 refeições diárias na sequência de um protocolo com o Instituto de Segurança Social dos Açores, "permitindo, deste modo, apoiar muitos agregados familiares com dificuldades económicas".

Há cerca de quatro anos, a "Mãe de Deus" arrancou uma valência nova, a Alegria Sem Idade, visando o apoio psicossocial a idosos, um projeto que ganhou um prémio nacional, estando a instituição em fase de negociação com a Segurança Social para protocolar o projeto.


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