Autor: Miguel Bettencourt Mota
'Na natureza nada se perde, nada se cria', é parte da lei do pai da química moderna. O que trazem vocês – também Lavoisier – para transformar a Galeria do Arco 8, no sábado?
Vamos levar a nossa música e que assenta justamente na premissa 'na natureza nada se perde, nada se cria e tudo se transforma' de Lavoisier. Nós acreditamos que a música é algo que passa por todos nós e que depois nos transforma, bem como àquilo que vemos, fazendo-nos renunciar um pouco ao sentimento de posse. Essa é também um pouco a ideia que deu nome ao novo álbum 'É Teu' e que, na verdade, é o que vamos levar este sábado à Arco 8.
O que é que o 'É Teu' oferece de diferente em relação ao disco que o antecedeu, o Projeto 675?
Mostra um caminho bastante diferente. No Projeto 675 reunimos músicas tradicionais e o disco foi gravado em take direto - com duas vozes, uma guitarra e muito cru. Neste novo álbum, em vez de dois, quisemos ser mil...Fomos para estúdio, fizemos muitos arranjos e tivemos um convidado no álbum. Mas já não temos só música tradicional, há todo um outro conjunto de universos que também explorámos, desde musicar poemas, a apresentarmos temas com letra e música original.
Nunca vos passou pela ideia incorporar a título definitivo novos membros na banda?
Claro que sim. Depois de gravarmos este álbum e percebermos que ao vivo há muitas coisas que não conseguimos fazer, passou. Mas também sempre esteve assumido que o que consta do álbum, não seria replicado em concerto ao vivo, aliás, interessa-nos que assim seja. A base será sempre este 'duo', mas as colaborações com várias pessoas é um cenário que está em aberto e que queremos muito fazer.
Esta é a segunda vez no espaço de quatro meses que atuam em São Miguel. Felizes por isso?
É uma grande felicidade, na verdade. Nem eu, nem o Roberto, tínhamos ido aos Açores antes do Azores Burning Summer...Até comentámos o facto de ter sido tão rápido o segundo convite. Estamos muito contentes por podermos voltar porque descobrimos realmente uma parte de Portugal que é muitos distante, mas incrível. A paisagem - e tudo o mais - tem algo de único.
Com que registo ficaram do público?
Da única experiência que tivemos, correu muito bem. As pessoas foram bastante generosas, simpáticas e o público reagiu bem ao concerto. Tivemos até um concerto traduzido em língua gestual, que foi muito interessante. Agora, todos os espaços são diferentes e sei que este sábado na Arco 8 vamos ter um público diferente...Mas acho que vai correr bem.
Voltando ao início da conversa, que 'feedback' têm recebido do 'É Teu'?
O 'feedback' que nos tem chegado tem sido muito positivo. Julgo até que este novo CD tem conseguido chegar a mais rádios e a outros públicos. Acho que isso faz parte de um crescimento natural e folgo em ver que as pessoas já conhecem mais os Lavoisier e vão à procura...Tem sido um percurso em ascendente e isso é bom.
Os olhos estão já postos num trabalho futuro, ou é ainda tempo de saborear este?
É tempo de saborear este, mas estamos já com as mãos e com metade do pensamento no outro trabalho que está a surgir...
...O trabalho será na mesma linha?
É ainda uma coisa que estamos a construir e ainda falta muito...Na verdade, não posso adiantar muito mais [risos].
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