Autor: Lusa/AO Online
"Continuam graves as condições de segurança. Cada vez pior na degradação, na falta de guardas, em várias situações. Está cada vez pior. Senão for resolvido teremos que parar o estabelecimento prisional", afirmou o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico Morais.
Em declarações à Lusa, na sequência do plenário de guardas prisionais realizado esta quinta-feira, Frederico Morais sustentou que "há matéria" onde se "podem acertar alguns pormenores" que permitem "melhorar as condições de segurança e de trabalho do estabelecimento prisional" da ilha de São Miguel.
"Caso não existam soluções para questões de segurança, que sabemos que são fáceis de resolver, então iremos partir para outras formas de luta", adiantou o dirigente sindical.
Ainda de acordo com o sindicalista, "já é mais do que sabido que o estabelecimento não tem condições e tem falta de guardas", mas "os problemas têm também a ver com a gestão interna", com "pormenores de reorganização".
Frederico Morais lembrou que a cadeia de Ponta Delgada "tem cerca de 70 guardas" para uma população prisional de "130 reclusos".
"O estabelecimento prisional tem capacidade para 116 reclusos, mas tem cerca de 30 detidos a mais, numa camarata que há muito que deveria ter sido fechada", alertou.
Apesar da transferência de reclusos para o continente, a última das quais realizada há cerca dois meses, o dirigente sindical referiu que a solução "não resolve" a situação de sobrelotação.
Em plenário, os guardas prisionais decidiram ainda solicitar uma reunião à diretora do estabelecimento prisional de Ponta Delgada.
"Iremos reunir com a diretora para apresentar algumas soluções e tentar resolver problemas que nos foram expostos pelo corpo da guarda prisional, desde o bar dos reclusos que não tem quaisquer condições de segurança, à camarata que está sobrelotada", indicou.
Outra das reivindicações passa pela "colocação de redes para acabar com arremessos de droga para o interior da cadeia, pois o pátio está junto à estrada", explicou Frederico Morais, indicando ainda que será enviado um relatório para a direção geral.