Apesar de ter começado por comercializar outras produções no ramo agrícola na sua Quinta dos Cedros. Foi a paixão pelo mergulho profissional que escancarou as primeiras portas para a “Flying Fish”.

Tibério de Melo Barbeito tem 36 anos, é natural de Santa Luzia de Angra do Heroísmo e tem o curso de Técnico de Vendas na Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo e de mergulhador profissional. É apicultor, tem uma produção de kiwis e maçãs e ainda explora vários pomares.

“Iniciei-me neste mundo, primeiramente com o meu projeto agrícola com a plantação de pequenos frutos e pomares na minha Quinta dos Cedros em Angra do Heroísmo, e mais tarde, como sempre estive ligado ao mar, abri a empresa que tinha como atividade principal, no início, a venda e exportação de pescado e marisco. Contudo, devido às dificuldades de exportar pescado fresco agravado, depois, com a pandemia foi repensada a atividade e foi criada a marca Casa do Portinho onde passamos a focar-nos na elaboração de peixe fumado e posteriormente na elaboração das nossas conservas. Houve a necessidade de criar um produto com maior longevidade, de qualidade e que oferecesse o que de melhor os Açores têm. Começámos a divulgar a nossa marca Casa do Portinho onde os nossos produtos completamente artesanais têm sido apreciados por diversos chefs reconhecidos na gastronomia portuguesa e no segmento gourmet. Estamos presentes em feiras e provas gastronómicas e, inclusive, já participamos em concursos onde as nossas conservas ficaram muito bem qualificadas”, refere o empresário terceirense acrescentando que “neste momento já exportámos os nossos produtos para o continente português, EUA, Espanha, França, Áustria e Alemanha”, conclui.

“Sou empreendedor, criativo, entusiasta e um curioso em todas as áreas, isto faz de mim uma pessoa que gosta de desafios e que por vezes gosta de arriscar em diferentes áreas”, acrescenta Tibério.

Prova disso é a sua inovação no ramo das bebidas. A sidra “Bananika” com 5% de álcool tem como slogan “Bananas com final feliz” e já salvou muitas toneladas de bananas do desperdício. “Cada garrafa de sidra refrescante salva duas bananas que não seriam consumidas”, refere o empresário.

Tibério desenvolve a Bananika com o sócio Leon Biermann e a marca é agora finalista para um prémio internacional de sustentabilidade depois de ter ganho um prémio de inovação no Lisbon Food AFFAIR.

O sucesso da Bananika já levou a uma parceria com a FRUTER e ao trabalho com cerca de 41 dos seus produtores que cultivam bananas em mais de 50 hectares.

Para Tibério Barbeito “em todos os sítios existem constrangimentos, acabamos por aprender a lidar com eles, um deles é efetivamente os transportes dos nossos produtos e o tempo de chegada e saída da ilha. Saber lidar com os constrangimentos e ter a perspicácia e a coragem de investir e de tentar ir mais além é que marca a diferença”.

O jovem empresário terceirense deixa anda um conselho aos jovens empreendedores açorianos: “Que acreditem no vosso projeto invistam sem medo, por vezes é necessário mudar o rumo daquilo que pensamos inicialmente, mas o importante é não desistir”, conclui.