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Sem crescimento, Portugal poderá ter de recorrer novamente à ajuda externa
O Presidente da República, Cavaco Silva, dramatizou hoje a importância de recuperar o crescimento económico, advertindo que se isso não acontecer Portugal poderá ter de recorrer novamente à ajuda externa.
Sem crescimento, Portugal poderá ter de recorrer novamente à ajuda externa

Autor: LUSA/AOnline

"Se tal não ocorrer, os desequilíbrios financeiros terão uma correção meramente temporária e estaremos de novo colocados na contingência de recorrer à ajuda externa, a qual, a acontecer, se irá processar em condições ainda mais gravosas para os portugueses. Temos de o evitar a todo o custo", afirmou.

Cavaco Silva deixou esta advertência na sua intervenção nas comemorações oficiais do 101.º aniversário da Implantação da República, em que também alertou para a existência de "sinais preocupantes" no plano internacional de que poderá haver um novo agravamento da situação económica e financeira.

No seu discurso, o Presidente da República fez duras críticas ao passado, declarou que "acabaram os tempos de ilusões" e referiu-se aos sacrifícios exigidos aos portugueses como "provavelmente os maiores sacrifícios que esta geração conheceu".

Dirigindo-se aos portugueses, Cavaco Silva disse-lhes que há "um longo e árduo caminho a percorrer" e que "a disciplina orçamental será dura e inevitável", acrescentando que "se não existirem, a curto prazo, sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira".

"A par do inevitável saneamento das contas públicas, tem de existir revitalização do tecido produtivo nacional, investimento privado, combate ao desemprego, aumento da produtividade e da produção de bens e serviços capazes de concorrer nos mercados externos", considerou.

Segundo o chefe de Estado, "há um caminho, estreito e difícil, que passa pela disciplina na utilização dos dinheiros públicos e pelo aumento da poupança interna, mas também pelo crescimento da economia".

Cavaco Silva apontou como "potencialidades" de Portugal o turismo, os oceanos, os mercados da reabilitação económica e do arrendamento, o património histórico-cultural, a floresta, os produtos regionais e o "talento" e "dinamismo" das "gerações qualificadas e empreendedoras".

Na sua intervenção, o Presidente da República pediu um "exemplo de parcimónia e contenção" ao Estado na utilização dos recursos públicos e apelou à "responsabilidade social" das empresas, "em particular nas regiões onde se inserem e geram riqueza e emprego".

"Dos autarcas reclama-se uma maior atenção ao reforço da capacidade produtiva dos seus municípios e o lançamento de programas de apoio social, em articulação com as instituições da sociedade civil", considerou.

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