Autor: Paula Gouveia/Lusa
Os rebentamentos com explosivos no Porto de Ponta Delgada, no âmbito das obras que estão a decorrer, geraram reclamações de 24 moradores de Ponta Delgada que alegam danos em edifícios.
Para permitir a operação de três navios em linha, foi necessário proceder a rebentamentos no interior do porto para ganhar profundidades que fossem compatíveis com as embarcações, através da eliminação de maciços rochosos no interior da baía. Mas, como anunciou, ontem, o secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia dos Açores, Mota Borges, estes rebentamentos deverão terminar na próxima semana.
Mota Borges visitou ontem a obra em
curso, de reperfilamento no Porto de Ponta Delgada. À margem da visita,
explicou aos jornalistas que estas reclamações foram encaminhadas para a
empresa pública Portos dos Açores, dona da obra, que, por sua vez, as
reencaminhou para o empreiteiro. “Essa situação foi atendida no processo
de concurso e, como tal, as pessoas podem apresentar as suas
reclamações à Portos dos Açores que depois as redirecionam para o
empreiteiro”, afirmou à Antena 1/Açores.
Para o governante, a obra
de reperfilamento no Porto de Ponta Delgada, era “necessária para
racionalizar” a operação de carga e descarga dos navios” naquela
infraestrutura portuária da ilha de São Miguel.
Ontem, o secretário
regional anunciou ainda que o Porto de Ponta Delgada vai ver aumentada a
sua capacidade de receção de contentores de 120 para 480 unidades.
O
titular da pasta dos Transportes especificou que com esta obra
pretende-se que o projeto tenha “impacto não só em termos de segurança
da operação, através da racionalização dos movimentos de carga e
descarga”, bem como na “redução de custos gerais dos transportes e da
mercadoria”.
Mota Borges revelou que a obra, orçada em 30 milhões de euros, deverá estar concluída em maio de 2023.
Mota Borges referiu que foi lançada entretanto outra obra, que visa o reforço do molhe do Porto de Ponta Delgada, sendo que, “em princípio, em janeiro, haverá condições para se fazer a sua consignação, dando uma segurança reforçada” à infraestrutura portuária.
O secretário regional considerou que esta é a “maior obra” pública dos Açores, se somada à do reforço do molhe, mas este “é o porto mais importante que existe nos Açores e é deste que decorre a distribuição” para os restantes portos da Região. O Porto de Ponta Delgada representa cerca de 65% do movimento de mercadorias, nos portos comerciais dos Açores.
A
empreitada foi adjudicada ao Consórcio Externo das empresas Teixeira
Duarte/Tecnovia Açores/ Marques S.A./ Etermar/Seth e a consignação da
obra ocorreu no dia 15 de maio de 2020.