Autor: Lusa/AO online
Luís Montenegro afirmou que não havia qualquer "razão atendível" para que fosse aceite o requerimento do PS a pedir a antecipação, em uma semana, a votação do Orçamento do Estado para 2013.
O PS pediu a antecipação da votação - marcada para 27 de novembro - para permitir a entrada em vigor do documento a 1 de janeiro caso o Presidente da República decida suscitar a fiscalização preventiva da proposta orçamental.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião extraordinária da conferência de líderes, Luís Montenegro contrapôs que o argumento do PS é "um palpite de que o Presidente pode suscitar a questão da constitucionalidade".
O presidente da bancada do PSD disse que a questão só seria analisada caso fosse o próprio Presidente da República a suscitá-la, uma vez que em causa estão competências próprias de cada órgão de soberania.
"Cada órgão tem o seu espaço, as suas competências, deve exercê-las. Acaso o senhor Presidente da República tivesse ele próprio suscitado ao Parlamento essa questão, nós podíamos, do ponto de vista institucional, analisá-la à luz da relação entre dois órgãos de soberania. Agora, não pelo palpite de um dos grupos parlamentares, ainda por cima invocando argumentos que não tem fundamento", declarou.
No mesmo sentido, o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, considerou que não havia qualquer "facto novo" que justificasse a alteração do calendário, sublinhando que a capacidade de o Presidente suscitar a constitucionalidade está assegurada.
"Esta tentativa de procurar condicionar o exercício das competências do Presidente da República e do Tribunal Constitucional não é algo que contribua para o debate político", criticou.