PSD alerta para impacto económico na Terceira da reestruturação da Saúde nos Açores

Os deputados do PSD na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores eleitos pela Terceira consideraram esta segunda-feira que a reestruturação do Serviço Regional de Saúde pode ter um impacto económico e social "grave" na ilha.


"Esta reestruturação, ao ir em frente, irá implicar um impacto económico e social grave numa ilha que já está muito atingida pelo desemprego e pela falência de empresas, porque a crise também se faz sentir aqui", frisou António Ventura, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD no parlamento açoriano.

O deputado falava aos jornalistas no final de uma reunião com a administração da Unidade de Saúde de Ilha da Terceira, em Angra do Heroísmo, tendo-se referido à reestruturação do Serviço Regional de Saúde proposto pelo Governo dos Açores, que está em debate público.

Segundo António Ventura, a redução de especialidades no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira vai provocar uma redução dos médicos fixados na ilha e vai fazer com que existam "menos auxiliares, menos enfermeiros, menos consumo local, até de abastecimento ao nível hospitalar e dos centros de saúde".

Os deputados eleitos pela ilha Terceira, salientou, estão "contra este documento" e vão vincar esta posição na Assembleia Legislativa da Região, acrescentando que o PSD "não deu o seu contributo para o corte de valências na ilha Terceira".

"Não se compreende como é que um doente para pôr um simples 'pacemaker' tem de ir a S. Miguel, quando o hospital da Ilha Terceira foi pioneiro na colocação de 'pacemakers'", frisou, acrescentando que os angrenses terão de consultar um médico dentista no Centro de Saúde da Praia da Vitória, porque o de Angra do Heroísmo deixa de ter esta especialidade.

António Ventura considerou que o documento é "muito claro relativamente à perda destas especialidades", salientando que obteve as mesmas preocupações de médicos e enfermeiros.

"O senhor secretário [regional da Saúde, Luís Cabral] não tente dar o dito por não dito ou simplesmente enganar novamente os açorianos, neste caso os terceirenses", frisou, acrescentando que foi prometido antes das eleições que o novo hospital da Terceira iria "aumentar as especialidades", para servir "não só os terceirenses, mas também um grupo de ilhas".

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