Açoriano Oriental
PS quer candidatos às autárquicas aprovados até ao início de fevereiro

Presidente do PS/Açores pretende que todos os concelhos dos Açores tenham os candidatos às eleições autárquicas aprovados até à “primeira semana de fevereiro”. Na reunião da Comissão de Ilha de São Miguel, Francisco César afirmou que, “se fosse presidente do Governo Regional”, demitiria o atual diretor regional da Habitação

PS quer candidatos às autárquicas aprovados até ao início de fevereiro

Autor: Carolina Moreira

O presidente do Partido Socialista (PS) nos Açores, Francisco César, pretende ter todos os cabeças de lista às eleições autárquicas deste ano aprovados até ao início do mês de fevereiro.

“Todo o processo autárquico está a ser feito em colaboração com as estruturas locais, em diálogo com as comissões políticas concelhias e com os secretariados para que, na primeira semana de fevereiro, todos os concelhos dos Açores possam ter já um candidato à Câmara e, a partir daí, o processo eleitoral arranca com toda a velocidade”, adiantou em entrevista ao Açoriano Oriental.

Segundo Francisco César, “este é um compromisso estabelecido da minha parte e que calculo que seja cumprido até ao final do mês de janeiro”.

O líder dos socialistas nos Açores reforça ainda que “não será o presidente do PS que irá sugerir candidatos aos órgãos locais, mas sim ao contrário” e prevê que, “dentro de uma semana/semana e meia haja uma pronúncia da comissão de ilha sobre os candidatos”, revelou ao jornal.

Francisco César marcou presença segunda-feira na reunião da Comissão de Ilha de São Miguel, que decorreu no Cineteatro Lagoense, na cidade da Lagoa, onde deixou o apelo a uma “pronúncia favorável” aos nomes dos candidatos que serão propostos pelas estruturas concelhias do partido.

“Como é à comissão de ilha que cabe a pronúncia final sobre os candidatos em São Miguel, quero pedir a sua colaboração para a pronúncia favorável às propostas das estruturas de concelho do PS”, justificou.

Na sua intervenção, Francisco César focou-se também na atuação do Governo Regional liderado por José Manuel Bolieiro, aproveitando a ocasião para abordar as infrações detetadas pelo Tribunal de Contas na Direção Regional da Habitação.

“A única coisa que sabemos é que há um conjunto de procedimentos por parte do Governo Regional que foram mal feitos, alguns até ilegais, e que se eu fosse presidente do Governo Regional já teriam motivado a demissão do diretor regional da Habitação”, frisou.

O presidente do PS/Açores considera que os atrasos na habitação são um dos grandes problemas atuais da Região, criticando a atuação do executivo nesta matéria.

“O facto é que o Governo Regional não consegue comprometer-se com aquelas que eram as suas metas de construção de mais habitações. O custo da habitação é cada vez mais proibitivo. Os próprios aumentos de complementos que o Governo Regional decretou através do seu orçamento já foram mais do que ultrapassados pelo custo da habitação, pelo custo do aumento do preço dos combustíveis, nomeadamente do gás e isto está a afligir as famílias”, frisa.

Outra questão que preocupa Francisco César é a sustentabilidade financeira do Governo Regional tendo em conta os atrasos nos pagamentos a diversas entidades.

“É urgente que o Governo, que tem agora uma autorização de empréstimo permitida pelo Orçamento do Estado, possa efetivamente deixar os problemas administrativos que nunca consegue resolver atempadamente para pagar aquilo que deve aos açorianos e que, neste momento, cria constrangimentos à economia e às famílias”, afirma.

E acrescenta: “Das duas uma: ou não consegue resolver os problemas para conseguir receber os empréstimos ou então o buraco financeiro da Região é ainda maior do que aquele que foi transmitido”.

O líder dos socialistas açorianos abordou ainda a mais recente problemática relativa à possibilidade de deportação de cidadãos portugueses em situação irregular nos Estados Unidos da América (EUA), devido à tomada de posse ontem do presidente Trump, mostrando abertura para uma “posição conjunta de diálogo” com o Governo Regional.

“Esta é uma situação que pode ter um enorme impacto social na Região. Esta é uma matéria em que nós poderíamos ter uma posição conjunta de diálogo entre o PS/Açores e o Governo Regional no sentido de prepararmos esta chegada”, declarou.

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