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PS, PSD e CDS ficaram de "braços cruzados" perante fim das quotas leiteiras
O cabeça de lista do BE às legislativas pelo círculo dos Açores responsabilizou hoje PS, PSD e CDS por ficarem de "braços cruzados" perante o fim das quotas leiteiras e defendeu "medidas de emergência" para a sustentabilidade das explorações.
PS, PSD e CDS ficaram de "braços cruzados" perante fim das quotas leiteiras

Autor: Lusa/AO Online

“O que acontece é que o fim das quotas leiteiras tem responsáveis muito claros. Os sucessivos governos do PS, PSD e CDS-PP aceitaram o fim das quotas leiteiras sem negociar de forma correta, sem garantir sequer para os Açores um regime extraordinário que permitisse a sustentabilidade do setor aqui na região e agora o que vemos é, que depois de terminarem as quotas leiteiras, estamos em grandes dificuldades”, disse António Lima, em declarações aos jornalistas.

O candidato esteve esta manhã em visita à feira agrícola de Santana, em Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, onde ouviu queixas dos agricultores, que se manifestaram preocupados com o desemprego e os cortes nos vencimentos e deixaram críticas à ação dos “grandes partidos”.

António Lima afirmou que o fim das quotas leiteiras, concretizado este ano, "ameaça tornar o setor leiteiro dos Açores completamente insustentável", tendo em conta o seu peso na economia do arquipélago.

"O Bloco de Esquerda não aceita que assim seja e exige que sejam tomadas medidas de emergência para assegurar a sustentabilidade das explorações nos Açores e que o Governo da República tenha mecanismos de regulação do setor em Portugal, mas também que se faça junto da União Europeia um trabalho para criar estes mecanismos de regulação do setor, desde a produção até ao consumidor final", defendeu, assegurando que o BE não desiste da regulação do setor.

António Lima, que se reuniu com a Federação Agrícola dos Açores, criticou PS, PSD e CDS por ficarem de "braços cruzados à espera que o setor se autoajuste", o que significa, entretanto, "a falência de muitas explorações".

No seu entender, os três partidos "não admitem a sua responsabilidade no falhanço do final das quotas leiteiras" e o cenário será “muito mais grave” quando for assinado o tratado transatlântico de comércio livre entre os Estados Unidos e a União Europeia, que irá criar um maior espaço de comércio livre.

“Eu vou votar noutros mais pequenos. São sempre os mesmos a fazerem cortes e desemprego”, desabafou, junto do candidato, um agricultor, ladeado por outro vendedor que considerou que "já não se pode confiar em ninguém".

Mais à frente, outro agricultor queixava-se do negócio: "A vida está complicada". António Lima sublinhou que é por isso que é preciso mudar nas eleições de 04 de outubro.

A caravana do BE, com bandeiras do partido e que contou com a presença da líder na região, Lúcia Arruda, distribuiu vários panfletos e cruzou-se com uma apoiante da porta-voz bloquista, Catarina Martins, que estará em São Miguel no sábado.

“Gosto muito da Catarina. Ela sabe falar”, disse, ao contemplar o folheto.

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