"O grupo parlamentar do PS tem vindo a reunir-se com agentes culturais de todas as ilhas e, infelizmente, tem vindo a constatar que o setor da cultura está órfão. Está ao abandono", afirmou a deputada Célia Pereira, parlamentar do PS/Açores na Assembleia Regional.
A deputada falava, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, depois de uma reunião com a direção artística do 'Paralelo - Festival de Dança'.
Célia Pereira disse que os deputados socialistas verificaram, em várias reuniões com os agentes culturais da Região, que estes "têm lidado com enormes dificuldades" nestes últimos dois anos de pandemia de covid-19, criticando a ação do Governo Regional.
A deputada apontou que "há mais de um mês" que a Cultura está "sem diretor".
“Constatamos, nestas reuniões, que a cultura está ao desnorte, está ao abandono, não há uma estratégia".
Célia Pereira referiu também que os agentes culturais dos Açores não foram apoiados para desenvolverem a sua atividade, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia, que obrigou ao cancelamento de eventos.
"Houve por parte deste executivo insensibilidade", criticou a parlamentar do PS/Açores.
Célia Pereira assinalou que "há apoios e candidaturas de 2020/2021 ainda por pagar".
Há ainda outros apoios "em risco", devido "à dificuldade de cumprimento da programação" que não permitiu a apresentação de relatórios e "estes agentes culturais correm o risco de perder 40% do financiamento do seu projeto", denunciou.
"É também com preocupação que verificamos que os apoios de 2022 estão ainda por aprovar. Não é conhecido o júri que vai avaliar as candidaturas e se este já esta ou não formalmente constituído e isso agrava a incerteza para esses agentes culturais", disse.
Célia Pereira referiu esse "cenário de incerteza" está a provocar "uma desmobilização dos profissionais e agentes de cultura na Região" que têm de "procurar outras atividades, muitas vezes em situação paralela" e outros acabam por "sair" do arquipélago.
"Todo o investimento feito em infraestruturas e produções artistas verifica agora uma desmobilização e cria um vazio que dificilmente recuperaremos no curto e médio prazo", sustentou.
