Açoriano Oriental
Crise/Inflação
Projeto que apoia famílias carenciadas em Ponta Delgada alerta que pedidos podem aumentar

O projeto S. Lucas, em Ponta Delgada, apoia mensalmente com bens alimentares "mais de 30 famílias" carenciadas na paróquia de S. José, mas os pedidos podem aumentar, devido ao agravamento das condições de vida, alertaram os responsáveis.

Projeto que apoia famílias carenciadas em Ponta Delgada alerta que pedidos podem aumentar

Autor: Lusa/AO Online

“O projeto S.Lucas - Plano de Resposta à Pobreza de S. José - apoia mensalmente mais de 30 famílias, mas já chegamos a apoiar 50. Oscila. No entanto, o plano continua a ser de emergência social e foi criado neste contexto. Naturalmente, prevê-se que, com o agravamento da situação, as famílias vão precisar de mais apoio”, afirmou o pároco de São José, Duarte Melo, em declarações à agência Lusa.

A iniciativa surgiu em outubro de 2011, através de uma parceria entre o Centro Paroquial de Bem Estar Social de São José (CPBESSJ), a Conferência Vicentina, o Instituto do Bom Pastor, a Junta de Freguesia de São José, na cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e um grupo de voluntárias.

Os voluntários deste projeto entregam mensalmente cabazes, que incluem vários tipos de alimentos e que resultam de donativos.

Segundo o pároco, o projeto "manteve o ritmo de solicitações de apoio" e o número vai "oscilando" com o tempo.

"É um projeto que emerge num contexto de crise e permaneceu. Há sempre famílias a solicitar. Há outras que deixam de ser apoiadas quando começam a ter outra folga económica ou algum melhoramento financeiro", adiantou Duarte Melo, presidente do Centro Paroquial de São José.

Todos os meses o projeto entrega cabazes alimentares para apoiar famílias, crianças e idosos com dificuldades socioeconómicas.

"Esses cabazes são possíveis graças ao empenho da paróquia e de um conjunto de voluntários, nomeadamente dos Vicentinos, que integram idosos e que mantém uma persistência do bem fazer", destacou.

Além de campanhas de angariação de alimentos em grandes superfícies, a paróquia promove, às quartas-feiras, coletas na igreja.

"Há ainda empresas que fazem donativos e nos tempos fortes da liturgia, como no Advento e Quaresma, apelamos à sensibilidades dos paroquianos para conseguirmos ter sempre estes bens e colocá-los à disponibilidade das famílias que mais precisam, porque, parecendo que não, é uma grande ajuda", assinalou o pároco.

Os cabazes são feitos no salão paroquial e são as próprias famílias que os recolhem na paróquia de São José.

"Não damos dinheiro. É um plano de emergência alimentar que é conseguido porque há um apoio transversal da sociedade civil e dos cristãos", explicou Duarte Melo, referindo, no entanto, que podem ocorrer "casos pontuais de apoio de medicamentos".

Salientando que se trata de uma paróquia "pequena", onde residem "muitos idosos", Duarte Melo destacou que aquela faixa etária é quem vai imprimindo "uma dinâmica ao projeto com a força do amor".

"É um projeto de emergência, dar de comer a quem tem fome", vincou.

Ainda assim, o pároco desafiou "a sociedade civil" a juntar-se ao projeto, perante a possibilidade de surgirem mais pedidos de apoio devido ao agravamento das condições de vida das famílias.

"Vão parecer de certeza mais pedidos de apoio. Por enquanto, continuamos com o mesmo registo, mas havendo um maior número de pedidos de ajuda temos de ter outra estratégia para adquirir e entregar os bens", sustentou.

Da implementação do projeto surgiu ainda a dinamização da horta social Terra de Pão, que visa o cultivo e produção de alimentos.


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