Autor: LUSA/AO Online
Cameron, que acabava de presidir a uma reunião de crise com altas patentes militares e serviços de informações, não precisou que novas medidas serão adotadas, mas prometeu que os "responsáveis serão levados à Justiça, qualquer que seja o tempo necessário para isso", dizendo ainda sobre os autores do crime: "Não são muçulmanos, mas monstros". Prometeu ainda ações que levem ao "desmantelamento e destruição do EI e do que ele representa". Cameron sublinhou que os Estados Unidos anunciaram uma ação militar direta contra os jihadistas e que dois aviões de combate Tornado britânicos e dois aparelhos de reconhecimento integram esse esforço militar, mas afastou o envio de militares britânicos para o terreno. Não desfez, contudo, a incerteza e as dúvidas de analistas quanto a uma eventual participação da Grã-Bretanha nos raides aéreos norte-americanos no Iraque e na Síria. "Agiremos de maneira calma e resoluta, mas com determinação inflexível. Não agiremos isoladamente, trabalharemos em conjunto com os nossos aliados, não apenas os Estados Unidos e a Europa, igualmente na região", disse. Na última semana, o Governo liderado por Cameron enviou sinais discordantes, com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Philip Hammond, a fechar a porta a uma intervenção conjunta com os norte-americanos, antes de Downing Street dizer que "nada estava excluído". A reação de Cameron surge depois de a decapitação de David Haines pelos jihadistas ter sido confirmada por um vídeo considerado genuíno pelas autoridades britânicas, tendo o chefe do Governo britânico aludido à vítima como sendo um "herói britânico". O vídeo, com a duração de dois minutos e 27 segundos, intitulado "Uma mensagem aos aliados da América", mostra um militante do EI, de rosto tapado, a decapitar David Haines, que trabalhava numa instituição humanitária na região. "Vocês entraram voluntariamente numa coligação com os Estados Unidos contra o Estado Islâmico, como o vosso predecessor Tony Blair fez, na tendência seguida pelos primeiros-ministros britânicos de nunca encontrarem coragem para dizer não aos norte-americanos", diz a mensagem. A voz parece ser as mesmas do homem que surge a falar nos vídeos das execuções dos dois jornalistas norte-americanos James Foley e Steven Stloff, indicaram os especialistas. Londres anunciou esta semana ajuda em material de guerra às forças curdas no Iraque para lutarem contra os jihadistas, tendo ajuda humanitária e em armamento chegado também ao Iraque.