Açoriano Oriental
Presidente do Governo dos Açores garante ter Saúde como "prioridade máxima"

O presidente do Governo dos Açores garantiu que “a saúde é prioridade máxima” do executivo (PSD/CDS-PP/PPM), admitindo não ter resolvido tudo em dez meses mas prometendo continuidade no trabalho de acesso dos açorianos à prestação de cuidados.

Presidente do Governo dos Açores garante ter Saúde como "prioridade máxima"

Autor: Lusa/AO Online

José Manuel Bolieiro falava na Assembleia Legislativa Regional dos Açores (ALRA) durante o debate sobre o Serviço Regional de Saúde (SRS) açoriano, a propósito de uma interpelação sobre o tema feita pelo grupo parlamentar do BE.

“Em nome do Governo, fica aqui a clareza: para este Governo, a saúde é prioridade máxima. Não há razão para transformar esta interpelação em perguntas que querem ser insinuações. O esclarecimento aqui prestado [pelo secretário Regional da Saúde, Clélio Meneses] não deixa dúvida sobre a atuação cristalina nos últimos 10 meses”, frisou o chefe de governo, após cerca de três horas de um debate que subiu de tom algumas vezes.

De acordo com Bolieiro, “a maioria dos profissionais de saúde que reclamavam dignificação profissional têm o problema resolvido”. “Está tudo resolvido? Não. Mas muitos dos problemas estão”, vincou.

Para o governante, “os utentes estão hoje melhor servidos” e, não estando “tudo resolvido”, podem “continuar a contar com o atual Governo para usar todos os recursos para facilitar o acesso dos açorianos aos cuidados de saúde”.

A discussão ficou particularmente acesa depois do intervalo da manhã, quando o deputado do PS Tiago Lopes imputou ao secretário regional da Saúde e ao social-democrata Pedro Nascimento Cabral “comportamentos maníaco-depressivos” e posições políticas “do género bipolar”.

Os comentários foram interpretados como ataques pessoais e classificados pelo secretário regional da Saúde como “humanamente desprezíveis”.

Antes da pausa, já o deputado social-democrata Pedro Nascimento Cabral se tinha exaltado com uma intervenção de Nuno Barata, da Iniciativa Liberal, a questionar números detalhados para recuperação de listas de espera por tipos de cirurgias porque “tirar quistos sebáceos ou amígdalas é fácil, o resto é que é mais difícil e o resto está por fazer”.

Nascimento Cabral respondeu que “uma cirurgia é uma cirurgia, ponto”, frisando que “um pai que tenha o filho para ser operado às adenoides e o veja sofrer, sem dormir, em apneia do sono, também tem direito a ver o seu filho operado”.

No regresso da pausa, Barata não esqueceu o assunto: “Percebo que tenha sofrido com o problema dos adenoides de um dos seus descendentes. Mas uma cirurgia não é uma cirurgia. Muitas famílias açorianas continuam a sofrer com cataratas, à espera de próteses ou de tratar hérnias”, observou.

“O que eu disse é que há cirurgias mais urgentes e não me responderam à pergunta, que me parece legítima. Posso estar velho, mas não tão velho como julgam que estou. Não me vou embora quando os senhores entenderem. Todos temos a mesma idade física, a da legitimidade democrática”, avisou, respondendo à intervenção de Pedro Pinto, do CDS-PP.

Isto, depois de o deputado “centrista” ter dito que há nos Açores “um partido que acha que há pessoas que não merecem ser operadas” e que “critica, ou pelo menos sente-se incomodado com a redução de lista espera”.

Reconhecendo ter cometido “excessos” ao longo do tempo que está no parlamento, Paulo Estêvão, do PPM, considerou inapropriadas as expressões do socialista Tiago Lopes e acusou PS e BE de tentarem fazer um “debate de casozinhos”.

António Lima, do BE, justiçou a interpelação ao Governo “devido a práticas de promiscuidade entre setor público e privado que podem tornar-se não só prejudiciais à boa gestão da coisa pública, mas também potencialmente geradoras de práticas de corrupção, não sabendo nós se já estão ou não instaladas”.

“O Bloco de Esquerda toma a iniciativa de interpelar o Governo regional sobre o funcionamento do Sistema Regional de Saúde pelo facto de se adensarem situações que não auguram nada de bom”, disse.

Relativamente ao Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, o BE observou que “só os arranjos políticos da coligação poderão justificar a substituição do anterior Conselho de Administração e a nomeação e manutenção do atual”.

Também o socialista Tiago Lopes se referiu à “inexplicável turbulência no HDES”, citando o ataque informático de que foi alvo e “a nomeação do marido da presidente do Conselho de Administração”.


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