Autor: Lusa
“Com a crise não há propriamente uma redução no número de pessoas que estão a viajar, bem pelo contrário. O que há é uma crescente preocupação por opções mais económicas dentro das viagens que fazem”, afirmou à Lusa fonte oficial da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT).
A associação ainda não tem dados definitivos, mas as reservas efetuadas pelos turistas nas agências de viagens já permitem perceber que aumentaram as viagens de portugueses para o estrangeiro na Páscoa, crescimentos que no caso de algumas empresas chegam aos 10 por cento.
“Este aumento do número de viagens e de pacotes vendidos não reflete uma subida do negócio. As receitas do setor não vão ter o mesmo crescimento, nem de perto nem de longe”, afirmou a mesma fonte.
A redução dos orçamentos das famílias, nomeadamente o corte nos salários dos funcionários públicos, que são uma grande fatia de turistas nesta altura do ano, também se reflete num aumento da procura do mercado interno, segundo a APAVT.
“Mas o mais barato não é necessariamente cá dentro e cada vez surgem mais opções de viagens, mesmo para destinos longínquos, que são cada vez mais competitivas”, adiantou o porta-voz da APAVT.
Cabo Verde continua a ser um destino muito procurado para estas férias, estando já algumas partidas esgotadas, assim como as Caraíbas, algumas capitais europeias e as ilhas espanholas, destinos mais baratos.
“O Brasil, que há uns anos atrás era um destino muito procurado pelos turistas nacionais, não está a registar a mesma procura estas férias da Páscoa, porque se tornou mais caro nomeadamente por causa do crescimento do turismo interno”, adiantou aquela fonte.
A crise também provocou uma maior aposta dos portugueses nas reservas antecipadas de viagens, com promoções atrativas se forem compradas a tempo.
“Antigamente falava-se muito nas promoções de última hora, por causa do preço, mas estas promoções acarretam alguns riscos para a programação das férias das famílias, uma vez que as férias escolares das crianças só são duas semanas”, adiantou.
A redução de orçamentos também está a aumentar a procura de estabelecimentos hoteleiros mais baratos: “Há dois ou três anos os turistas iam mais para os hotéis de cinco estrelas e agora optam mais pelos de quatro ou três estrelas”, disse.
Quem optou por comprar pacotes de viagens para a Páscoa está a preferir mais as ofertas básicas, dispensando extras de lazer, e nas empresas também há maiores preocupações com a poupança.
“Há um maior rigor de gestão na política de viagens das empresas, optando mais pela classe turística, em prol da executiva, nas viagens para destinos mais próximos”, afirmou aquela fonte, adiantando que as empresas procuram cada vez mais estabelecer contratos com as cadeias hoteleiras, para conseguirem uma maior poupança nas suas viagens de negócios”.