Açoriano Oriental
Açores/Eleições
PCP cola governação do PS ao surgimento de novo quadro político

O PCP nos Açores, que perdeu representação parlamentar nas eleições de 25 de outubro, considerou este sábado que a indigitação do presidente do PSD para formar governo "não é separável" da governação do PS na região desde 1996.

PCP cola governação do PS ao surgimento de novo quadro político

Autor: AO Online/ Lusa

"O surgimento deste novo quadro político institucional não é separável da governação do PS, da ausência de resposta aos problemas regionais e da arrogância no exercício do poder nestes 24 anos. Foi a sua política que abriu espaço a aproveitamentos por parte de quem escondeu os seus verdadeiros projetos e explorou demagogicamente a acumulação de problemas não resolvidos", consideram, em nota à imprensa, os comunistas, liderados nos Açores por Marco Varela.

O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi hoje indigitado presidente do Governo Regional pelo representante da República, Pedro Catarino, na sequência das eleições de 25 de outubro.

O representante da República justificou a nomeação do social-democrata com o facto de a coligação PSD/CDS-PP/PPM (26 deputados) ter o apoio parlamentar de Chega (dois deputados) e Iniciativa Liberal (um deputado), garantindo assim maioria absoluta no hemiciclo regional, com 29 dos 57 lugares.

Concorrendo com o partido ecologista Os Verdes, na coligação CDU, o PCP, que em 2016 tinha eleito um deputado, mas falhou igual objetivo nas eleições de outubro, diz-se "inquieto" quanto ao "futuro da vida política regional, e em particular no que diz respeito aos direitos, interesses e aspirações dos trabalhadores açorianos".

"Sem ilusões sobre o que representaria a governação do PS, agravada ainda pela ausência de representação parlamentar do PCP, a formação de um governo que associa numa frente política reacionária não só a direita, mas também a extrema-direita, é particularmente preocupante", lê-se ainda no texto enviado à imprensa.

O PS venceu as eleições legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.

O PSD foi a segunda força política mais votada, com 21 deputados, seguindo-se o CDS-PP, com três. Chega, BE e PPM elegeram dois deputados e Iniciativa Liberal (IL) e PAN um cada.

A instalação da Assembleia Legislativa, que tem um total de 57 deputados, está marcada para 16 de novembro. Habitualmente, o Governo Regional toma posse, perante o parlamento, no dia seguinte.

Depois da tomada de posse, o programa do executivo terá de ser entregue na Assembleia Legislativa em 10 dias.


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