Autor: Lusa/AO Online
Carlos Morais preside quinta-feira, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, à primeira reunião da Assembleia Geral da ATA após as buscas que a Polícia Judiciária realizou terça-feira na instituição por suspeitas de "fraude para a obtenção de subsídio, peculato, falsificação de documentos e participação económica em negócio", tendo o presidente do organismo, Francisco Coelho, de baixa médica, sido constituído arguido.
Os subscritores da proposta da direção são o seu vice-presidente, Luís Rego, e João Gonçalves, vogal, adiantou o presidente da assembleia geral da ATA.
A Lusa tentou contactar, sem sucesso, Luís Rego.
Mário Fortuna, presidente da Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) e porta-voz do grupo de associados subscritor da outra proposta, declarou à agência Lusa que se pretende mudar o modelo de governação, que “está muito concentrado” em três elementos da direção.
A ATA foi crida para “promover a região Açores, como destino turístico de natureza”, com uma “forte componente experiencial, nos mercados emissores estratégicos”, visando “aumentar de forma sustentada o volume de dormidas em todas as ilhas dos Açores, bem como as receitas para todos os ‘stakeholders’ do sector”.
O Governo dos Açores e o grupo SATA abandonaram recentemente a ATA, mas o executivo açoriano já declarou que vai manter os contratos programa que detém com o organismo.
Em relação à investigação em curso à ATA, o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, afirmou que "o único comentário que é possível fazer nesta circunstância é o de desejar que se esclareça tudo o mais rapidamente possível, de forma total e completa".
A proposta do grupo de associados, segundo Mário Fortuna, visa passar para sete a nove elementos a nova direção da ATA, o que permite uma “maior abrangência na governação geral da instituição", estando ainda prevista a criação de uma direção executiva de três elementos, bem como a contratação de um executivo para gerir o dia-a-dia da instituição em função das políticas a desenhar pela direção.
Caso esta proposta de revisão dos estatutos seja aprovada, os associados vão poder participar por videoconferência nas assembleias gerais e será aberta mais do que uma mesa de voto em ilhas diferentes, de acordo com o líder da CCIA.
“Há aqui um conjunto de propostas que visam agilizar o funcionamento da instituição e alterar o modelo de governação, visando tornar a ATA mais participada, o que se impõe com a saída do Governo Regional e da SATA como associados fundadores”, declarou o empresário.
O também economista considerou que a realização de novas eleições “é imperativa” até finais de março, esperando que estas tenham lugar já no âmbito dos novos estatutos.