Autor: Lusa/AO Online
“Eles mereceram, jogaram muito bem e, no geral, foram mais completos. Acho que eu precisava de ter ajudado talvez um bocadinho mais à rede, levamos um ‘break’ logo no início, em que não facilitei nada o trabalho ao Francisco. Não conectámos respostas nos mesmos jogos, mesmo assim acho que eles tiveram um ou outro momento em que sentimos que fugiu, mas estivemos mesmo perto de fazer o ‘break’, tanto no primeiro como no segundo set”, começou por contar Borges à agência Lusa.
O tenista maiato e o amigo Cabral, primeira dupla 100% portuguesa a atingir os quartos de final de um torneio do Grand Slam, foram travados pelos vice-campeões do Open da Austrália e de Roland Garros de 2024 em dois ‘sets’, pelos parciais de 6-4 e 7-6 (7-4), mas Borges acredita que o desfecho podia ter sido outro.
“Tivemos dois jogos que podiam mesmo ter caído para o nosso lado, e achei que estivemos mais perto de fazer o break do que eles. Mas realmente eles capitalizaram logo no início do primeiro ‘set’ e souberam servir bem para manter a liderança. Depois o ‘tie-break’, se calhar foi a confiança deles. Eles têm vindo a ganhar muitos ‘tie-breaks’ e encontros assim e nós, se calhar, acabámos por ceder um bocadinho cedo demais. Uma ou outra jogada que não saiu tão bem, mas mesmo assim foi decidido num par de pontos, que podia perfeitamente ter caído para o nosso lado. Não aconteceu, mas foi muito boa a prestação”, frisa o parceiro de Cabral.
Apesar de eliminados na prova de pares do primeiro Major da época, depois de fazerem história para o ténis nacional, Nuno Borges diz que chegar aos “quartos de final foi incrível”, na estreia de ambos a jogar lado a lado em Melbourne Park.
“Sabíamos lá nós que íamos ter a hipótese de chegar tão longe e mais uma vez a competir numa Arena grande [Kia Arena], que me diz muito desde o ano passado. Foi uma experiência muito boa para mim e para o Francisco acho que é muito positivo a subida no ‘ranking’, estes pontos vão-lhe dar jeito”, avança o maiato, apontando à ascensão de Francisco Cabral ao 59.º lugar na hierarquia mundial de pares.
Garantindo não estar desiludido com a despedida de hoje, após ter sido afastado na terceira ronda de singulares pelo número três mundial, o espanhol Carlos Alcaraz, Nuno Borges lembra os “bons jogos” disputados ao longo de uma semana no ‘Happy Slam’.
“Claro que nunca é fácil aceitar uma derrota. Eu próprio nos singulares, mesmo quando não tenho obrigação, é sempre duro encarar as derrotas, mas foi um bom Grand Slam e quem dera a nós ser sempre assim. Conseguimos muito boas vitórias aqui”, sublinha, antes do regresso a Portugal.
Nuno Borges, número um nacional e 33 do mundo, e Francisco Cabral vão integrar agora a seleção nacional da Taça Davis para preparar o encontro com a congénere do Mónaco, agendado para 01 e 02 de fevereiro, nos ‘courts’ de terra batida do Monte Carlo Country Club.
“É o próximo objetivo e a única coisa que temos em mente. Vou tentar aproveitar estes dias para voltar a carregar no treino, que nas últimas semanas tem sido muito a gerir as cargas por causa dos jogos e das muitas horas passadas em campo. Agora é voltar para o fresquinho do Inverno na Europa e para uma semana e meia de terra batida”, rematou.