Açoriano Oriental
Na mais pequena ilha dos Açores os chefes de familia têm lembranças pelo Natal

Na mais pequena ilha dos Açores, o Corvo, não há um chefe de família que não receba do município uma prenda de Natal e, na Missa do Galo, a igreja matriz torna-se pequena para tantos fiéis.

Na mais pequena ilha dos Açores os chefes de familia têm lembranças pelo Natal

Autor: Lusa/AO Online

“Todas as casas habitadas, se tiverem uma família a morar, têm uma prenda. E se forem duas têm duas prendas. Este ano são distribuídas cerca de 180 prendas. São lembranças típicas”, disse o presidente da Câmara Municipal do Corvo, José Manuel Silva, em declarações à agência Lusa.

Esta tem sido uma tradição mantida pela autarquia também como forma de reavivar o património da mais pequena ilha açoriana, já que as lembranças estão sempre relacionadas com o património e o artesanato.

Este ano a autarquia distribuiu pelos lares corvinos telhas com pinturas de uma porta típica do Corvo contendo o desenho de uma fechadura tradicional em madeira.

"A autarquia todos os anos oferece a todos os chefes de família uma prenda de Natal exatamente para mostrar esta partilha", salientou o presidente da Câmara do Corvo.

Segundo José Manuel Silva, foram entregues no ano passado azulejos com uma pintura do autor de um livro de banda desenhada que os corvinos ajudaram a criar, numa iniciativa do Ecomuseu.

Trata-se de uma narrativa sobre um episódio histórico da ilha.

O autarca destacou que a proximidade entre os moradores é constante, mas os laços reforçam-se na quadra natalícia.

A opinião é partilhada pelo padre Artur Cunha, pároco há quase seis anos na mais pequena ilha açoriana, onde residem 430 habitantes.

“Há muito esta vivência e há muito acolhimento. É um aspeto familiar da ilha e até o nosso bispo D. João Lavrador diz que o Corvo é praticamente uma família. As pessoas ajudam-se mutuamente e há a vantagem de sermos um grupo pequeno, vivermos todos praticamente na vila”, sublinhou à Lusa.

Este facto, contou, "ajuda as pessoas a serem muitos unidas e a viverem muito as tradições religiosas, como o Natal, a Páscoa, o Divino Espírito Santo e a festa, em janeiro, dos Pastores".

O padre Artur Cunha assegurou que no dia 24 de dezembro a igreja matriz, dedicada a Nossa Senhora dos Milagres, "fica sempre cheia" e nem o adiantado da hora é impeditivo.

“A Missa do Galo é às 24 horas. É a missa mais vivida e até as crianças e jovens vão aquela hora à igreja”, sublinhou o pároco.

"Na ilha a proximidade das casas permite que se reforcem estes laços de amizade e também a vivência espiritual. Fazemos muitos convívios no Corvo com famílias e crianças. A população celebra muito a sua fé", acrescentou o pároco, natural da ilha de São Jorge e que se diz "um privilegiado por viver num lugar muito bom, onde a população se ajuda muito".



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