Açoriano Oriental
Mais de cem pessoas sugeriram nomes para batizar espécies endémicas
Mais de cem pessoas sugeriram nomes comuns para 12 espécies endémicas dos Açores na sequência de uma iniciativa lançada na rede social Facebook para "batizar insetos" que apenas existem no arquipélago e divulgar o património natural único açoriano.
Mais de cem pessoas sugeriram nomes para batizar espécies endémicas

Autor: Lusa/AO Online

A iniciativa “Chama-lhe Nomes”, que decorreu em 2012, foi lançada no facebook pelo Grupo da Biodiversidade dos Açores, cujo coordenador é Paulo Borges, e desafiava à criatividade para que fossem encontrados nomes comuns para 12 espécies endémicas de insetos do arquipélago, e que continuam a ser conhecidas apenas pelo seu nome científico, formado por duas palavras em latim.

“Foi um sucesso. Das muitas pessoas que visitaram a página, 132 sugeriram nomes para estas espécies de insetos endémicos”, disse à Lusa Isabel Amorim do Rosário, coordenadora do projeto, salientando que surgiram nomes criativos e "muito engraçados".

Um desses casos foi o nome sugerido para um escaravelho aquático noturno, que existe nas ilhas açorianas, à exceção da Graciosa, e que ficou batizado por aguarelho e que pode ser encontrado à noite nas ribeiras e lagoas de altitude.

Mas há outros nomes criativos, como é o caso do que foi sugerido para um carocho noturno, que existe na Laurissilva, e que ostenta agora o nome comum de laurocho, na sequência de uma sugestão de alunos de uma escola em Ponta Delgada.

"Há ainda um outro nome comum engraçado referente a um inseto que só vive um dia na fase adulta e ficou batizado com o nome comum 'undiassó' e ainda outro referente a um inseto que se assemelha a uma mosca e que ficou com o nome comum 'quasi mosca'", acrescentou.

Isabel Amorim do Rosário explicou que o critério usado para a escolha destes nomes foi “sobretudo a criatividade”, mas "as sugestões foram dadas com base no aspeto morfológico do inseto, imagem apresentada, características do habitat, ilhas onde aparecia e função no ecossistema", considerando que foi alcançado o grande objetivo de "divulgação da biodiversidade".

Estes nomes escolhidos como os mais criativos já estão no Facebook e vão ser introduzidos também na próxima atualização do site do portal da Biodiversidade dos Açores, com o nome dos seus autores.

Segundo Isabel Amorim, "o primeiro passo para a conservação das espécies únicas que existem nos Açores é precisamente dá-las a conhecer, a par da conservação e restauração dos seus habitats".

"A verdade é que as pessoas, provavelmente, na natureza não irão ver estes bichos, porque são muito pequenos e vivem em habitas em que normalmente as pessoas não andam, mas o grande objetivo era dar a conhecer esta grande biodiversidade e que existe um património único dos Açores", vincou.

Uma iniciativa que provavelmente os seus promotores irão estender a outros grupos de espécies que só existem nos Açores, como o caso de plantas, musgos ou caracóis para dar também a conhecer a biodiversidade noutras áreas.

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