Bernard Kouchener, falando na rádio francesa, disse que Sarkozy pretende congelar a pretensão turca, porque os 27 países membros da UE estão agora focados na aprovação do seu novo tratado reformador.
Portugal, que preside à UE informou que não tenciona organizar um grande debate sobre as fronteiras da UE e sobre a entrada da Turquia na União, mesmo que o presidente françês queira discutir o assunto na cimeira europeia de Dezembro.
"A França tem todo o direito de querer levantar a questão do alargamento e o da Turquia, mas a presidência e os outros estados membros também têm o direito aos seus pontos de vista", declarou, em Junho, em Bruxelas, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Manuel Lobo Antunes.
Mas "toda a gente sabe que a questão do alargamento é uma questão mais política do que geográfica e que não será fácil chegar a uma conclusão absolutamente clara", explicou Lobo Antunes quando apresentou as prioridades da presidência portuguesa em Bruxelas.
"Por isso me pergunto se não será possível meditar um pouco mais", acrescentou, sublinhando que a presidência portuguesa deveria "concentrar-se" na redacção do tratado destinado a substituir a Constituição.
Lobo Antunes recordou, na ocasiaõ, que Portugal é favorável a uma entrada da Turquia no dia em que aquele país preencha «todas as condições» exigidas.
Nicolas Sarkozy disse, repetidamente, durante a sua campanha presidencial, no início do ano, que preferia uma parceria da UE com a Turquia em vez da sua adesão completa. No mês passado, amaciou a sua posição afirmando que não bloquearia a adesão turca - que ainda está a muitos anos de distância de se concretizar mesmo que as negociações corram bem.
"Espero ter tido um papel... na mudança que o presidente nos apresentou com veemência", disse Kouchener à rádio France-Inter. "Na essência, a posição do Presidente não mudou - e ele sabe que, por agora, a minha posição (sobre a adesão da Turquia) também não mudou", disse.
Kouchener, que visitará a Turquia no próximo mês, insistiu que não houve um "debate" entre ele e o Presidente sobre a pretensão de adesão turca, mas um "diálogo".
Kouchener, um socialista de longa data, juntou-se ao governo conservador de Sarkozy no âmbito de um esforço do Presidente para alargar a base de apoio do seu executivo, garantiu que mantém as suas próprias opiniões no seio do governo.
Kouchener não persuade Sarkozy a aceitar Turquia na UE
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês revelou hoje que não está a tentar persuadir o Presidente Nicolas Sarkozy a modificar a sua longa oposição ao desejo de adesão da Turquia à União europeia.
Autor: Lusa / AO online
