Açoriano Oriental
Jornadas Nacionais Contra a Violência Doméstica e de Género arrancam hoje em Lisboa
As causas da violência no contexto familiar vão estar em debate nas III Jornadas Nacionais Contra a Violência Doméstica e de Género, que arrancam esta terça-feira no Teatro Thalia, em Lisboa, com uma leitura dramatizada dos textos "Feridas de Morte".
Jornadas Nacionais Contra a Violência Doméstica e de Género arrancam hoje em Lisboa

Autor: Lusa/AO Online

 

O objetivo das jornadas é “chamar a atenção da comunidade em geral e de diversos setores e públicos estratégicos que trabalham” nesta área e sensibilizá-los para uma matéria que preocupa o Governo e “que é uma questão nacional que envolve toda a gente”, disse à agência Lusa a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, promotora da iniciativa.

Pretendem também ser “um tempo de reflexão conjunta sobre as causas da violência no contexto familiar, que afeta particularmente as mulheres e que, em muitos casos, é também vivida por pessoas idosas de ambos os sexos e por crianças”.

As jornadas, que decorrem até 05 de dezembro, começam com a realização em Portugal da representação “Feridas de Morte”, produzida pela jornalista Serena Dandini, que já foi apresentada em “diversos pontos do mundo com grande visibilidade pública e sucesso”, disse Teresa Morais.

Foi também apresentada no Parlamento Europeu, no Conselho da Europa e na sede das Nações Unida sempre envolvendo figuras públicas que quiseram dar a cara por esta causa.

“Pareceu-nos uma boa ideia, adaptar à realidade portuguesa” esta representação, mas não tratando apenas a violência doméstica, “porque a violência sobre as mulheres assume diversas formas, tem diversas feições e é preciso tocá-las todas”, sublinhou.

Em Portugal, a violência doméstica é “a realidade mais dura e mais expressiva do ponto de vista dos números, mas também temos situações de mutilação genital feminina, de perseguição compulsiva e, pelo mundo fora, há outras práticas violentas contra as mulheres, como o casamento forçado, violações e outras agressões sexuais, como existem em Portugal, que merecem uma particular atenção”.

A representação em Portugal, que consiste na leitura dramatizada e interpretada de textos, é protagonizada por Bárbara Guimarães, Cláudia Semedo, Eneida Marta, Fátima Campos Ferreira, Fátima Lopes, Joana Latino, Lucília Raimundo, Mariza, Paula Magalhães, Sandra Barata Belo, Sílvia Alberto e Tânia Ribas de Oliveira.

"São mulheres que em Portugal aceitaram fazer este papel e dar a cara por esta causa", disse Teresa Morais, acrescentando que são também "figuras públicas" que irão ajudar a "divulgar esta mensagem e fazer passar esta urgência de criar uma maior sensibilização da comunidade" para esta matéria.

“É uma forma diferente” de iniciar as jornadas, afirmou, justificando: "Em vez de abrirmos com uma conferência, com um seminário (...) vamos dar início com este evento de outra natureza, mais dramatizado, mais impactante" e com o qual se pretende também chamar a atenção da comunicação social para as estas questões.

No mês das jornadas, estão previstas mais de 30 iniciativas organizadas com diversos ministérios, organismos públicos, associações e organizações não-governamentais, e será lançada a nova Campanha Nacional contra a Violência Doméstica.

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