Autor: Lusa/AO Online
“Perante as evidências só podemos constatar: este Governo [Regional] não é a solução para os problemas dos Açores e dos açorianos. Este Governo é o problema”, afirmou Nuno Barata.
O deputado único da IL discursava durante o período dedicado às intervenções finais da discussão do Plano e Orçamento da região para 2025, na Assembleia Regional, na Horta.
O liberal avisou que a região tem a “maior dívida pública da história da autonomia”, considerando o nível de endividamento como o “problema mais grave que os Açores têm entre mãos”.
“As nossas receitas já não cobrem as nossas despesas de funcionamento, pelo que o próprio Governo estima ter um défice orçamental de 150 milhões de euros, em 2025. Ou seja, a região chegará a setembro e terá de ir à banca levantar dinheiro para pagar ordenados da função pública e contas a fornecedores”, alertou.
Barata criticou a execução do Plano de Recuperação e Resiliência e do programa comunitário Açores 2030 e visou a atuação do Governo dos Açores na companhia aérea Azores Airlines.
“A Azores Airlines, por teimosia deste Governo em não a privatizar e por via das opções do mesmo e dos partidos que o compõem, com ingerências inqualificáveis nas opções estratégicas da companhia, continua a queimar 200 euros por cada minuto voado”, atirou.
O deputado da IL acusou o executivo regional de colocar a região numa “posição vexatória” devido aos processos em tribunal relacionados com a privatização da Azores Airlines, a construção dos navios elétricos da Atlânticoline, a concessão das termas do Carapacho e o diferendo com o Banco de Fomento sobre apoios comunitários.
“Numa espécie de toque de Midas ao contrário, tudo o que o Governo diz que vai fazer acaba nas barras dos tribunais, colocando os Açores numa posição profundamente lamentável e obrigando os privados a bloquear projetos de investimento que acabam atirados para a longa demora das decisões judiciais”, insistiu.
O deputado classificou a situação financeira da região como “crítica” e defendeu que o momento atual “exige coragem e lucidez”.
“Ouvimos que o Orçamento serve para isto e para aquilo, era o maior de sempre: na saúde, no emprego, no ambiente, na segurança social, na proteção civil, nos passeios para a diáspora e ainda para foguetões. Porém, nem as camionetas conseguem meter a trabalhar”.