Autor: Lusa/Ao online
Em entrevista ao jornal Sunday Times, Liam Fox encorajou os deputados a apoiarem o acordo assinado em novembro entre o governo de Theresa May e os seus homólogos europeus, considerando que a ratificação pelo parlamento é a única forma de garantir que o Brexit – nome dado à saída do Reino Unido da UE – acontecerá mesmo a 29 de março de 2019.
“Se não aprovarmos o acordo, não arrisco dar [à concretização do Brexit] hipóteses superiores a 50-50”, admitiu.
O governo britânico está a tentar convencer os deputados a apoiarem o acordo, mas a maioria não parece inclinada para o fazer.
O acordo desiludiu os fervorosos adeptos do Brexit, que criticam a manutenção de uma ligação permanente do Reino Unido à UE, enquanto os apoiantes da Europa esperam que o processo possa fazer marcha-atrás.
A votação, que esteve prevista para 11 de dezembro, foi anulada à última hora por Theresa May, para evitar uma derrota anunciada, e foi adiada para a terceira semana de janeiro.
Se o acordo for rejeitado, o ministro Liam Fox, apoiante de longa data do Brexit, considera que “a relação de confiança entre o eleitorado e o Parlamento será quebrada”, o que conduzirá a “território desconhecido, com consequências imprevisíveis”.
“A única coisa que quebra a relação de confiança entre o eleitorado e o parlamento é a recusa de ministros como Liam Fox em confiarem nos eleitores para terem a última palavra a dizer sobre o Brexit", reagiu a deputada liberal-democrata Layla Moran, favorável a um novo referendo.
Um novo debate no parlamento britânico sobre o acordo de Brexit está agora previsto para começar a 9 de janeiro, estando a votação marcada para a semana de 14 a 18 de janeiro.
O Reino Unido deverá sair da União Europeia em 29 de março de 2019.
Depois do Brexit, o país deixará de ser membro das agências europeias Europol e Eurojust e do Sistema Europeu de Mandados de Detenção, que permite aos países-membros acelerar a extradição de suspeitos e condenados.
O acordo sobre as relações futuras compromete os dois lados a estabeleceram planos recíprocos para tentar harmonizar a aplicação da lei e a cooperação judicial.