Autor: Lusa/AO Online
Numa carta citada pela agência de notícias Efe, dirigida ao presidente da ONU, Tijjani Muhammad-Bande, António Guterres defendeu que a presença física no hemiciclo onde vai decorrer o encontro deveria ser limitada a um diplomata por Estado, e que estes deverão ser membros das delegações permanentes dos países em Nova Iorque.
"Esta opção permitiria que o Debate Geral continue com a participação de intervenientes de todos os Estados-membros ao mais alto nível possível e com a presença física dos Estados-membros na sala da Assembleia", precisa Guterres na carta.
Para evitar problemas técnicos com a videoconferência, o secretário-geral defendeu o recurso a mensagens pré-gravadas.
O secretário-geral da ONU propôs recorrer à mesma fórmula na cimeira para assinalar o 75.º aniversário da ONU, agendada para 21 de setembro.
O português, que se tem oposto ao adiamento ou cancelamento da Assembleia Geral, defendeu que em setembro deverá continuar a haver restrições às viagens e regras de distanciamento social, para travar a propagação da covid-19, pelo que é pouco provável que os chefes de Estado e de Governo possam deslocar-se à sede central das Nações Unidas, em Nova Iorque.
António Guterres já adiantara em 14 de maio a hipótese de realizar a Assembleia Geral de forma não presencial, numa entrevista publicada no semanário Paris Match em que informara que as Nações Unidas estavam a estudar “as diferentes alternativas” oferecidas pela tecnologia para realizar a reunião.
A Assembleia Geral das Nações Unidas vai decorrer entre 15 e 22 de setembro.
Aquele que é considerado o maior encontro diplomático do planeta, com milhares de reuniões bilaterais e multilaterais, nunca foi cancelado desde 1945.