Autor: Lusa/AO Online
"Estamos diante de um conglomerado internacional e criminal, precisamos da vossa ajuda”, declarou Guaidó diante de dirigentes políticos e económicos de várias partes do mundo.
“Sozinhos, não podemos” enfrentar o regime do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, referiu.
"Quero dizer aos líderes que os venezuelanos permanecerão firmes, mas que não vamos compartilhar a culpa", disse.
Juan Guaidó foi apresentado pelos organizadores do Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, na Suíça, como "presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e reconhecido por mais de 50 países como Presidente interino" daquele país.
Guaidó disse que a Venezuela, atingida por uma das mais graves crises económicas e políticas de sua história, está a enfrentar uma "tragédia sem precedentes".
"A Venezuela não é um país em guerra, não ouvimos as bombas caírem, mas sentimos as lágrimas, a dor das mães", sublinhou.
Aos executivos das maiores empresas da Europa e do mundo, o presidente do órgão legislativo venezuelano disse que entre as ações concretas que podem tomar para ajudar na Venezuela está a de “parar o comércio ilegal de ouro", que está “a destruir a Amazónia e as populações indígenas” que viviam no território.
Explicou que esse ouro ilegal - que costuma chegar a outros países "branqueado" e vendido como se tivesse sido extraído legalmente - financia "as estruturas paraestatais" do Governo de Nicolás Maduro, bem como grupos armados ilegais, inclusive aqueles que tentam boicotar o processo de paz na vizinha Colômbia.
Juan Guaidó, que foi proibido de deixar o território venezuelano, visitou a Colômbia na segunda-feira e dali partiu para um périplo por países europeus.
Depois do Reino Unido e Bélgica, para contactos ao mais alto nível, está hoje Suíça, onde está previsto reunir-se com o Presidente colombiano, Ivan Duque, um de seus grandes apoiantes.
Em Bruxelas, Guaidó, na quarta-feira, pediu às instâncias europeias mais sanções internacionais para enfraquecer o regime de Maduro e “parar a tragédia do povo”, em conferência de imprensa.
“É por isso que estamos na Europa, para tentar arranjar a maneira de parar a tragédia do povo”, disse, no Parlamento Europeu, pouco depois de uma reunião com o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, e de encontros com grupos políticos europeus.
"Estou aqui em nome dos venezuelanos que não têm voz. Os venezuelanos estão firmes e determinados. Temos um país unido em torno da ideia de alcançar a liberdade e a democracia. Não se trata de um problema ideológico como a ditadura quer fazer crer”, afirmou, lamentando os cerca de sete milhões de pessoas em estado de emergência humanitária e outros perto de cinco milhões que já emigraram.