Açoriano Oriental
“Grande preocupação” com o fim de rotas para a ilha Terceira

Terceira perdeu, para o aeroporto de Ponta Delgada, a operação da British Airways e a rota para Londres da Ryanair. CCAH fala em tratamento desigual

“Grande preocupação” com o fim de rotas para a ilha Terceira

Autor: Paulo Faustino

A Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) encara com “grande preocupação” o fim da operação da British Airways para a ilha Terceira e o fim da rota para Londres da Ryanair, denunciando, por um lado, o “desastroso trabalho promocional” das autoridades responsáveis pelo turismo nos Açores e referindo, por outro, que São Miguel “não precisa de mais voos”.

“A ilha de São Miguel, e para grande satisfação de todos os açorianos, não precisa de mais voos e muito menos que se continuem a concentrar ligações aéreas nessa ilha oriundos do mesmo mercado, dificultando o acesso dos turistas e residentes a outras ilhas e ao exterior, prejudicando, assim, gravemente o desenvolvimento turístico e consequentemente económico dos Açores”, pode ler-se num comunicado da CCAH.

A Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo sublinha e alerta que a promoção dos Açores nos mercados considerados prioritários, deve ser feita com “equidade, de forme uniforme e potencialmente” considerando o posicionamento de todas as ilhas, tendo presente que, dentro do mercado liberalizado, “o aeroporto da ilha Terceira já mostrou ter capacidade para ajudar os Açores no seu crescimento turístico. Falta agora os responsáveis técnicos e políticos entenderem essa realidade (...)”.

Para a estrutura liderada por Marcos Couto, as rotas por si trabalhadas são um exemplo de “sucesso” e demonstram que a ‘gateway’ da ilha Terceira pode contribuir para o desenvolvimento turístico dos Açores. Todavia, os sinais que vêm de fora “não são esses e são preocupantes, bem patente na constante interferência política nos novos horários de inverno da SATA Air Açores”. “Com o fim destas rotas, e sem que nada esteja previsto para colmatar as mesmas, os empresários das Ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge veem com grande preocupação o próximo verão IATA e a defesa dos inúmeros investimentos que têm feito nesta área, perspetivando o desenvolvimento económico do grupo Central dos Açores”, frisa.

Constatando que as duas rotas perdidas pela Terceira foram para o aeroporto de Ponta Delgada e que o apoio logístico disponibilizado pelas autoridades do turismo na Região “foi escasso ou nulo” enquanto tais rotas estiveram naquela ilha do Grupo Central, a CCAH não tem dúvidas: “não querem que a Terceira e as restantes ilhas tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento”.

“A ideia de que, quando se proporcionam ligações com o exterior para a Terceira, apenas beneficiamos esta Ilha, mas quando tal acontece com São Miguel se está a beneficiar os Açores, tem de ser rapidamente abandonada e dar lugar a uma diferente mentalidade e união regional. Todos beneficiam todos. A falsa ideia de que os turistas e as companhias aéreas não querem voar para qualquer outra ilha que não São Miguel, já caiu. Falta agora a unidade regional”, salienta.

A CCAH diz-se disponível para, em conjunto com as entidades competentes, serem criadas soluções que minimizem os impactos na próxima época turística.

“Esperava-se deste Governo sinais de mudança e descentralização o que, preocupante e claramente, nesta área, não aconteceu até ao momento”, remata.

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