Açoriano Oriental
Governo francês recusa ceder na idade mínima da reforma aos 64 anos

O Governo francês está disposto a aceitar ajustes no seu projeto de reforma das pensões, desde que o objetivo de equilíbrio financeiro possa ser mantido até 2030, mas não cederá na idade mínima da reforma aos 64 anos.

Governo francês recusa ceder na idade mínima da reforma aos 64 anos

Autor: Lusa/AO Online

“O nosso objetivo é voltar ao equilíbrio a partir de 2030”, afirmou o ministro do Trabalho francês, Olivier Dussopt, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros em que o projeto foi aprovado.

Questionado se o texto poderia ser modificado no processo parlamentar - que terá início na próxima semana em comissão e sobretudo a partir de 06 de fevereiro no plenário da Assembleia Nacional francesa -, Dussopt declarou que já foram adotadas "muitas exigências".

O ministro do Trabalho francês referiu que o aumento da pensão mínima para todos os que cumpriram o período contributivo completo aumentará para 85% do salário mínimo [ou cerca de 1.200 euros por mês] e será aplicado não só aos futuros pensionistas, mas também aos atuais.

Entretanto, questionado se essas modificações também poderiam adiar a alteração da idade mínima da reforma de 62 para 64 anos, Dussopt respondeu que será esta modificação a “permitir o equilíbrio financeiro" e "abrir mão desse ponto significaria abrir mão do equilíbrio".

O Governo francês baseia-se para justificar a sua reforma nas estimativas do Conselho de Orientação das Pensões (COR), organismo público independente, que prevê que sem alterações, o atual regime entrará em défice, situando-se entre os 10.000 e os 15.000 milhões de euros por ano até 2030, equivalente a 03 por cento dos gastos com pensões.

Todos os sindicatos se opõem ao aumento na idade da reforma e, depois de organizarem uma jornada unitária de greves e manifestações massivas que levaram entre um e dois milhões de pessoas às ruas no dia 19 de janeiro, convocaram uma manifestação para 31 de janeiro.

O ministro do Trabalho francês insistiu que esta reforma permitirá "corrigir um certo número de desigualdades".

Dussopt apresentou como exemplo o facto de os agricultores em regime de trabalho por conta própria poderem beneficiar-se da pensão mínima de 85% do salário mínimo se tiverem cumprido todo o período contributivo.

O ministro também referiu que o tempo utilizado como cuidador de pessoa com grau de dependência superior a 80% será contabilizado como período contributivo.


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