Autor: Lusa/AO Online
“Acho que o resultado do dia 18 [eleições legislativas nacionais] é uma pequena amostra do que vai ser. Acho que vamos ter uma votação muito superior. Tudo o que seja abaixo de 30% para mim será uma derrota pessoal (…). Vamos ficar muito próximos dos 30% e penso que poderemos ganhar o município da Praia da Vitória”, afirmou Francisco Lima, em declarações à Lusa.
Deputado à Assembleia Legislativa dos Açores há um ano, Francisco Lima foi cabeça de lista do Chega pelo círculo eleitoral dos Açores nas eleições legislativas nacionais de 18 de maio, mas optou por não ocupar o lugar de deputado para concorrer à Câmara Municipal da Praia da Vitória, concelho de onde é natural.
“Eu vou com sentido de missão, porque custa-me muito ver o município completamente afundado, sem soluções, completamente endividado. Foi um sentido de responsabilidade de ter de tentar fazer alguma coisa”, adiantou.
Nas eleições legislativas nacionais, o Chega ficou em terceiro lugar no concelho da Praia da Vitória, com 21,36% dos votos, segundo os resultados provisórios, mas Francisco Lima disse estar confiante num resultado superior nas autárquicas.
“Claro que, hoje em dia, ninguém fala em maioria absoluta. Terá de haver entendimentos com outras forças políticas, no sentido de salvar a Praia, e estamos abertos a falar com quem vier com o intuito de realmente levantar a Praia”, assumiu.
O veterinário e empresário não teme ser penalizado no ato eleitoral por não ter assumido o mandato na Assembleia da República e lembrou que outros deputados eleitos também não ocupam o lugar, por exemplo, quando integram o governo.
“Eu vou optar por uma autarquia em detrimento de um cargo nacional, que seria mais prestigiante (…). Estou aqui de corpo e alma para abraçar esse desafio e, se ganhar, comprometo-me tomar posse como presidente da câmara”, avançou.
Segundo Francisco Lima, o município da Praia da Vitória tem “um grave problema financeiro”, estando em processo de reestruturação, a que se soma um “grave problema económico” no concelho, desde a redução da presença militar norte-americana na base das Lajes.
“Vejo que os praienses já perderam a esperança. Basta andar nas ruas da Praia da Vitória. Está tudo desanimado, tudo ao abandono. É uma tristeza”, salientou.
O candidato do Chega alegou que a anterior gestão do PS ficou marcada por “trapalhadas” e a atual da coligação PSD/CDS-PP “tem sido pautada por palhaçadas”.
“A atual presidente leva a uma assembleia municipal um aumento de impostos e ninguém vota nela, só o presidente da Junta de Freguesia das Lajes”, exemplificou.
Francisco Lima defendeu que o município precisa de “alguém com experiência de gestão” e disse acreditar ter essas capacidades.
“Não existem neste momento, nem existiram no passado, competências de gestão”, o que resultou “numa câmara completamente falida e sem ideias”, sublinhou.
A coligação PSD/CDS-PP venceu as eleições autárquicas na Praia da Vitória em 2021, depois de 16 anos de gestão do PS.
Os socialistas já avançaram com o nome do atual vereador Marco Martins como candidato ao município.
A atual presidente da câmara municipal, Vânia Ferreira, também se deverá recandidatar.
Em novembro, a Comissão Política Regional do PSD/Açores revelou que “renovou a confiança” a todos os presidentes de câmara eleitos pelo partido, estabelecendo “o princípio geral da sua recandidatura”.