Autor: AO Online/ Lusa
Para prevenir eventuais incidentes, o presidente da câmara de Tulsa, G.T. Bynum decretou um recolher obrigatório a dois tempos, para a noite de sexta-feira e hoje, dia do comício de Trump.
Mas o Presidente norte-americano anunciou sexta-feira que a medida tinha sido cancelada.
O comício do Presidente do Estados Unidos, candidato à reeleição nas eleições presidenciais de 03 de novembro próximo, realiza-se em plena pandemia provocada pelo novo coronavírus.
"Acabo de falar com o muito respeitado presidente de câmara de Tulsa, G.T. Bynum, que me informou que não haverá recolher obrigatório esta noite [sexta-feira] ou amanhã [hoje] para os nossos muitos apoiantes presentes no comício #MAGA", acrónimo para o ‘slogan’ “Make América Great Again" (Tornar a América Grande Novamente), escreveu Donald Trump na rede social Twitter.
O Presidente americano acrescentou no seu ‘twwet’: "Divirtam-se. Obrigado ao presidente da Câmara Bynum".
O comício é a primeira manifestação política de massas que se regista nos Estados Unidos desde o início do confinamento por causa da pandemia de covid-19, em que os Estados Unidos é o país com maior número de casos de infeção no mundo, mais de 2,2 milhões, e de mortes, 118.435.
A ordem do ‘mayor’, o republicano George T. Bynum, procurou responder a ameaças de grupos organizados, com histórico de atos violentos, que prometeram viajar até Tulsa, para se manifestar durante a visita do Presidente.
O departamento de polícia de Tulsa disse que estava a fazer tudo para tornar a zona da cidade mais segura, admitindo os riscos da situação, depois de diversos atos de violência em manifestações contra o racismo e a violência policial, por causa da morte de George Floyd, o afro-americano asfixiado sob escolta policial, em Minneapolis, no passado dia 25.
A escolha de Tulsa tem levantado algumas suspeitas por parte de organizações de direitos civis, por ter sido a cidade que, em 1921, foi palco de um dos atos mais violentos contra a comunidade afro-americana, desde a abolição da escravatura, quando grupos de brancos massacraram mais de 300 afro-americanos e destruíram mais de 1.200 casas e lojas.
O Presidente não parece interessado em dissipar as possíveis tensões, tendo publicado sexta-feira, na sua conta pessoal da rede social Twitter, uma mensagem em que parece ameaçar todos aqueles que visitem Tulsa.
“Para qualquer manifestante, anarquista, agitador, saqueador ou pessoa de vida triste que venha a Oklahoma, entendam por favor, não serão tratados como foram em Nova Iorque, Seattle ou Minneapolis. Será uma cena muito diferente!”, escreveu Trump.
Outra preocupação das autoridades prende-se como o facto de este comício se poder tornar um epicentro de um novo surto da propagação do novo coronavírus, esperando-se a presença de cerca de 20.000 pessoas, que não serão obrigadas ao uso de máscara ou a distanciamento social.
Ainda assim, antes de os participantes entrarem no recinto do comício, ser-lhes-á medida a temperatura corporal e receberão gel uma máscara para uso opcional.